Foto: Fernando Barbosa
A safra de 2017 de café do cerrado mineiro já preocupa, com problemas climáticos e a renovação dos cafezais devendo atingir os números da colheita do ano que vem. Segundo o presidente da Federação dos Cafeicultores do Cerrado, Francisco Sérgio de Assis, houve geada que gerou perdas de 10.000 hectares, em municípios como Araxá, Ibiá e Campos Altos. Além disso, em torno de 20.000 hectares (ou mais) terão a reforma, ou renovação, das lavouras, incluindo podas, o que tira o potencial produtivo do próximo ano. “A safra do próximo ano terá quebra”, garante Francisco Sérgio.
Como a área plantada gira em cerca de 200.000 hectares no cerrado mineiro, Francisco Sérgio diz que 15% da área sairá de produção, incluindo renovações e perdas com geadas. E ainda há a questão das floradas precoces.
Houve uma pequena florada com recentes chuvas, com acumulados de 15 a 20 milímetros. Na área irrigada do cerrado (40% do total), não há tantos temores. Entretanto, na área do sequeiro “é problema”, observa o dirigente.
Não houve continuidade até agora nas chuvas. E sem elas, haverá quebra nessas lavouras de sequeiro onde houve a abertura de floradas. “A notícia quando é boa vem de caminhão, mas quando é ruim vem de carreta”, observou Francisco Sérgio, indicando que para o próximo ano tende a haver realmente uma diminuição na produção do cerrado por vários fatores.
Colheita
A colheita da safra 2016 do cerrado está em 90% a 95% do total, segundo Francisco Sérgio. Esse percentual é normal para o período. Agora depois de recentes chuvas os produtores estão acelerando os trabalhos, já que asprecipitações atrapalharam um pouco. A expectativa do dirigente é que se
confirme a estimativa da Conab da produção do cerrado no ano, em 6,781 milhões de sacas, com aumento de 60% contra a safra de 2015, indicada em 4,233 milhões de sacas.
A qualidade da safra de 2016 foi boa, mas a peneira não foi tão alta. Usualmente, a safra do cerrado alcança uma média de 25% a 30% de peneira do arábica 17/18. Este ano esse índice caiu para cerca de 22%, descreve Francisco Sérgio.
Agência Safras
