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Principal atividade agrícola do Espírito Santo, desenvolvida na maioria dos municípios capixabas, a cafeicultura vive o momento mais esperado do ano: a colheita do grão. Iniciada no mês de abril em algumas propriedades, a colheita do café conilon, principal variedade cultivada no Estado, segue até o mês de junho de acordo com o escalonamento da colheita nas regiões produtoras.
O Portal Campo Vivo conversou com fontes ligadas à cafeicultura de diferentes municípios do norte do Estado que abordaram a expectativa da safra 2020/2021.
Em São Gabriel da Palha, Edimilson Calegari, gerente corporativo de mercado da Cooabriel, principal cooperativa de café conilon do Estado, diz que um dos maiores problemas que afetou o ritmo da colheita e a fez desacelerar em relação aos anos anteriores, foi a pandemia do Coronavírus. E há a expectativa de uma quebra na safra. “Estamos tendo relatos de muitos produtores sobre esses fatores, o que não era esperado. Acreditamos que essa quebra é devido ao frio que enfrentamos no ano passado, no período da floração”, diz.
Outro problema, de acordo com o gerente, é a alta dos insumos. “Muitos produtores diminuíram a aplicação de fertilizantes, da adubação, e com isso, o resultado são que os grãos estão mais miúdos, então não houve uma formação perfeita. Já estimamos uma quebra de 15% na safra, número que infelizmente pode subir até pra 20%. Isso tem feito o produtor ficar bem apreensivo, já que não esperava que acontecesse uma quebra tão grande assim”, afirma Edimilson Calegari
Não bastassem esses fatores, Calegari diz, ainda, que os produtores tem estado muito preocupado pois muitos estão endividados ainda do período que passaram de estiagem, onde os pagamentos foram posteriormente prorrogados e a maior parte ainda está quitando essas dívidas. “Com a alta do preço dos insumos, do custo da produção só aumentando, muito ficam preocupados. Nós entendemos isso, e pedimos que os produtores se tranquilizem neste momento, não façam novos investimentos e esperem esse momento difícil que todos estamos atravessando passar. E quando tudo voltar à normalidade que possamos investir mais, plantar novas lavouras e continuar produzindo e sendo sustentável no nosso negócio”, finaliza.
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