A semana é mais curta por conta do feriado da Paixão de Cristo e, com isso, os preços do café voltaram a recuar, regredindo para as mínimas de 13 anos atrás, pressionados por fatores como a sensação de oferta mundial satisfatória, início da colheita no Brasil e força do dólar em relação a outras moedas, como o real.
Na Bolsa de Nova York, o vencimento julho/2019 do contrato “C” teve desvalorização acumulada de 305 pontos na semana, encerrando a sessão de quarta-feira (17) a US$ 0,8965 por libra-peso. Na ICE Futures Europe, o contrato julho/2019 do café robusta fechou o pregão de ontem a US$ 1.412 por tonelada, com perdas semanais de US$ 9.
Segundo o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), a colheita de café robusta e arábica da safra 2019/2020 deverá ganhar ritmo na próxima semana no País, mas em regiões como Rondônia, Garça (SP), noroeste do Paraná e algumas áreas da Zona da Mata (MG) os trabalhos já foram iniciados.
“Catações pontuais também vêm ocorrendo no restante das praças acompanhadas, especialmente em cafezais mais velhos e nos precoces. Alguns poucos lotes de café novo, inclusive, já começam a chegar ao mercado”, destaca o Cepea.
Em Rondônia, as atividades de campo começaram no final de março e o volume colhido correspondia entre 5% e 10% até a semana passada. Nas lavouras de arábica de Garça, noroeste paranaense e Zona da Mata, o volume colhido ainda estava abaixo dos 5%. Com o avanço da cata nas próximas semanas, o Cepea recomenda que os produtores fiquem atentos ao clima, principalmente no caso do café arábica.
“Chuvas já foram observadas na última semana em grande parte das regiões. Além de atrapalhar a colheita, as precipitações podem levar à queda dos grãos, prejudicar a bebida e aumentar a possibilidade de fermentação, reduzindo a qualidade dos cafés e limitando ainda mais a rentabilidade de produtores, vistos os preços já muito baixos da commodity”, analisa.
CNC