Na reta final da colheita do café conilon da safra 2016/2017, o preço atingiu o maior valor nominal de toda a série do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea/Esalq/USP), iniciada em 2001. A saca de 60 quilos do tipo 6, peneira 13 acima (a retirar no Espírito Santo) fechou a semana passada comercializada a R$ 412,41.
Nesta segunda-feira (19) o preço saca ficou em R$ 411,06. Em termos reais, quando há a correção pela inflação, fica abaixo apenas da média mensal registrada em dezembro de 2011 quando apresentou preço de R$ 412,95 em valores atualizados pelo IGP-DI.
Segundo indicação de colaborados do Cepea, mais de 95% da produção estimada para todo o País já havia sido colhida até a última semana. O elevado patamar do preço está atrelado a menor produção desta safra no Espírito Santo prejudicada pela estiagem e o clima seco que prejudicaram as lavouras.
O secretário de Estado da Agricultura, Abastecimento, Aquicultura e Pesca, Octaciano Neto, avaliou que a seca afetou praticamente todas as culturas produzidas no Espírito Santo. “Quando se fala de cafeicultura, a safra mais prejudicada foi a do conilon. Para se ter uma ideia da queda da produção, em 2014 foram colhidas 12,8 milhões de sacas de café. Já em 2015 foram colhidas 10,5 milhões. Em 2016 a expectativa é de que se colham 5,5 milhões de sacas. Ou seja, de 50% e 60% a menos do que a produção anterior”, destacou.
O Espírito Santo é o segundo maior produtor de café do Brasil, sendo terceiro maior do tipo arábica e primeiro no cultivo do Conilon. A atividade é desenvolvida em todos os municípios capixabas, gera 400 mil empregos direitos e indiretos e está presente em 60 mil das 90 mil propriedades agrícolas do Estado.
Em 2015, a produção foi de 10,5 milhões de sacas, sendo que a produção do tipo conilon representou 7,7 milhões de sacas. Durante o ano passado o setor do café movimentou em valores R$ 2,9 bilhões. O conilon representou R$ 2,1 bilhões.
Campo Vivo com informações da Seag