O mercado internacional de café se recuperou expressivamente em junho diante da evolução da taxa de câmbio e do clima no Brasil. Os preços médios acompanhados pela Organização Internacional do Café (OIC) atingiram o maior nível desde abril de 2015. A entidade cafeeira nota que, apesar de o mercado estar mais atrativo para os produtores, o aumento das exportações do Brasil pode não se materializar, especialmente porque os estoques brasileiros podem estar baixos.
De acordo com relatório mensal da OIC divulgado nesta terça-feira, o indicador composto da OIC que acompanha o preço do grão subiu constantemente durante o mês de 118,53 centavos de dólar por libra-peso em 1º de junho até fechar o mês em 132,04 centavos por libra-peso. Na média do mês, o preço indicador OIC ficou em 127,05 centavos. O preço subiu 6% na comparação com maio, o melhor desempenho mensal em 14 meses.
“Os preços subiram significativamente em junho diante da valorização do real na comparação com o dólar e com a entrada no período de potenciais geadas da safra 2016/17 no Brasil”, cita o documento da OIC. A entidade observa que o real registrou no mês passado a maior valorização mensal desde julho de 2015. “O mercado também vem reagindo à possibilidade de geadas no Brasil, embora pareça que, se elas ocorrerem, os danos eventuais serão relativamente limitados”, cita o documento.
Por tipo de grão, a OIC nota que o preço médio dos arábicas subiu 8,6%, os suaves colombianos ganharam 6,6% e os demais suaves e os naturais brasileiros terminaram junho com alta de 7,2%. Já a arbitragem entre arábicas e robustas, medida pelas cotações das bolsas de futuros de Nova York e Londres, aumentou 20,4% e atingiu 62,23 centavos, o nível mais alto desde abril do ano passado.
Apesar do cenário mais favorável às exportações, a OIC nota que o real mais forte e a dinâmica do mercado doméstico podem limitar o aumento da oferta pelos produtores do Brasil. “O cenário representa menos incentivo à destinação do café brasileiro para o mercado internacional, sobretudo quando se suspeita que os estoques internos do País estejam baixos”.
No mercado mundial de café, a OIC nota que as exportações somaram 9,3 milhões de sacas em maio, queda de 6,7% na comparação com igual mês do ano passado. “Maio foi o segundo mês consecutivo de queda dos volumes exportados mas, no total, as exportações dos oito primeiros meses do ano cafeeiro de 2015/16 – que vai de outubro a maio – aumentaram 1,6%, alcançando um volume recorde de 75,9 milhões de sacas”, cita a OIC.
Agência Estado