Na última sexta-feira (27), o município de Ibatiba recebeu o 15º Encontro de Produtores de Café. O evento reuniu mais de 300 pessoas entre cafeicultores, técnicos e autoridades, afim de debater o mercado de café arábica. O encontro foi realizado no Instituto Federal do Espírito Santo (Ifes) do município.
Durante o evento, também foi feita a inauguração da obra de pavimentação e calçamento de 4 quilômetros de estrada pelo Programa Caminhos do Campo, que garantem o acesso às comunidades de Cambraia, Córrego Ipê e Santa Maria.
Fizeram parte da mesa de abertura do evento, o Governador Paulo Hartung, o Secretário de Estado da Agricultura, Ideraldo Luiz Lima, o Diretor Técnico do Incaper, Gilson Tófano, representantes da Prefeitura Municipal de Ibatiba, da Secretaria Municipal de Agricultura e demais autoridades estaduais e lideranças políticas.
“Estamos produzindo aqui boas práticas, bons exemplos para o Brasil. Isso é bom para Ibatiba e bom para todo Caparaó. O País precisa de novos líderes e de jovens qualificados para o mercado de cafés”, disse o governador.
Segundo o secretário Ideraldo Lima, o café representa 40% do PIB agropecuário do Espírito Santo e por este motivo encontros como este, servem para melhorar a qualidade da produção agrícola. “Temos duas palavras que devem seguir de referência para nossos produtores rurais: produtividade e sustentabilidade. Vale ainda destacar, o excelente trabalho realizado pelo nosso Incaper na cafeicultura que é referência no País”.
De acordo com o extensionista do Incaper local, Cristiano Catheringer, a cafeicultura é a principal atividade agropecuária do município. “Hoje a cafeicultura é responsável pelo emprego direto de mais de 6 mil pessoas, estando presente em praticamente todas as propriedades rurais, que somam aproximadamente 10.500 hectares onde serão colhidos cerca de 260 mil sacas de 60 Kg na atual safra”, disse. Segundo ele, o maior objetivo é focar em produtividade e lucratividade na cultura, a partir do intercâmbio de ideias e técnicas adotadas por outros produtores.
O diretor técnico do Incaper, Gilson Tófano, reforçou que o Espírito Santo é referência mundial quando o assunto é a cafeicultura. “As tecnologias desenvolvidas pelo Incaper e parceiros chamam a atenção de diversos envolvidos na cadeia produtiva da cafeicultura, nacional e internacionalmente. Essa busca pela tecnologia, pelo conhecimento desenvolvido pelo Incaper fortalece a cafeicultura e o próprio trabalho dos produtores rurais. Os visitantes do evento tornam-se multiplicadores dessas tecnologias à medida conhecem e divulgam as nossas experiências. Além disso, eles trazem as experiências deles e isso, para nós, é muito enriquecedor”.
A programação contou com duas palestras técnicas: uma a respeito dos tipos de poda para o arábica por meio das novas tecnologias de produção, de manejo e de gerenciamento da lavoura, ministrada pelo extensionista do Incaper local de Brejetuba, Fabiano Tristão Alixandre e o Subsecretário de Estado de Agricultura e Consultor do Mercado Cafeeiro, Marcos Magalhães, falou mais a respeito do mercado do Café Arábica.
“Tais estratégias de poda são fundamentais para melhorar a produtividade, aliada a facilidade de manejo nas lavouras e isso aumenta a produção da propriedade. A cafeicultura, por ter um viés cada vez mais sustentável, deve-se buscar uma produtividade acima de 40 sacas e nesse sentido, uma poda bem feita e orientada é fundamental”, lembrou Fabiano. Dentre os tipos de poda abordados foram apresentadas: recepa, esqueletamento, decote e a Poda Programada de Ciclo (PPC) – tecnologia desenvolvida pelo Incaper que tem propiciado melhorias de manejo, especialmente para os agricultores familiares.
Para a agricultora familiar Ana Maria Rodriguez Faria, produtora local de arábica há apenas um ano, o encontro foi um momento de motivação. “Eu só tenho 300 pés de café arábica, mas para mim já é um bom começo. Já vendo o meu café no armazém local e estou aqui para contar com os especialistas no assunto para eu melhorar, cada vez mais, a qualidade do meu café. A ideia é aos poucos adotar as tecnologias na minha lavoura e agregar valor ao que eu vendo”, disse.
Segundo o diretor geral do Ifes, Eglon Rhuan Salazar, o Campus tem vocação para as áreas ambiental e florestal e por este motivo esse intercâmbio de conhecimentos é fundamental. “Os produtores rurais são os maiores envolvidos e somam muito quando se trata de cafeicultura. Já temos, inclusive, um projeto já protocolado na Seag que é o Floresta Mais Produtiva, que tem como um dos objetivos consorciar o café com outras culturas também”, contou.
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