O surto, que teve a China como epicentro, já começou a perturbar os mercados globais, e o “Financial Times” aponta o grão de café como a “vítima menos óbvia” do coronavírus. De acordo com o título económico, a justificação prende-se com o facto do índice de referência para o café ter caído mais de um quinto (cerca de 20%), desde que 2020 começou, para um dólar. Esta quebra foi mais sentida do que a do marcador do Brent, que caiu 17% e a do cobre, cuja queda foi de 9% na London Metal Exchange.
A China tem sido um protagonista importante na indústria global do café, sendo que na última década as importações mais do que triplicaram de valor. A este aumento, junta-se o potencial do país para um crescimento de previsão superior, algo que perturbou os investidores da área, ainda que o território chinês apenas represente 2% do consumo global.
Uma das maiores redes de café do mundo, o Starbucks, foi obrigado a encerrar metade das lojas que possui na China devido ao aumento do surto, sendo que também a Luckin Coffee também encerrou as lojas no epicentro da epidemia, em Wuhan. Estes encerramentos ao público estão a “reforçar a tendência de reduzir o preço global do café”, assumiu um analista ao Financial Times.
As ações das duas empresas encontram-se atualmente em queda, sendo que o Starbucks já observou quebras na ordem dos 6% desde que o vírus se começou a espalhar pelo mundo, em janeiro. Assim, também o Luckin Coffee já caiu cerca de 30%.
Agora, o valor das ações das empresas de café e do mercado vão depender de dois fatores principais: por quanto tempo o coronavírus se prolonga e até que ponto a procura por matéria-prima por parte dos outros países enfraquece.
Jornal Econômico