Cafeicultores fixam poucas vendas apesar de preços altos do robusta, diz Cooabriel

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Preços altos dos cafés canéforas (robusta ou conilon) abrem oportunidade para exportações do Brasil

Armazém Cooabriel (Arquivo)

A Cooabriel, maior cooperativa de café conilon do Brasil, já recebeu mais de 400 mil sacas de 60 kg das cerca de 2 milhões de sacas que espera de cooperados em 2023, mas os produtores têm fixado poucas vendas, aguardando um melhor momento para fazer negócios, disse o presidente da instituição, Luiz Carlos Bastianello, à Reuters.

As vendas estão lentas apesar da escalada recente dos preços do café robusta (conilon) para máximas de 15 anos no mercado internacional, refletindo uma quebra de safra no Vietnã (maior produtor de robusta), enquanto a nova colheita do Brasil não chega em maiores volumes.

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“O produtor está tentando acertar o olho da mosca”, disse Bastianello, ao comentar que o produtor ainda segura vendas, apesar da alta de preços.

Em evento do Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé), ele disse acreditar que os preços altos dos cafés canéforas (robusta ou conilon) abrem oportunidade para exportações do Brasil, mas ponderou que as vendas de produtores precisam avançar antes disso.

“O Vietnã teve quebra, e isso pode abrir espaço. A minha expectativa é que vai aumentar a exportação do conilon”, disse ele, lembrando que o Brasil já vende para vários mercados, como Colômbia, Estados Unidos e países da Europa.

Conforme Bastianello, o produtor precisaria ter maior gestão para entender que o momento poderia ser bom para vender, considerando os custos. Mas ele disse que a maioria prefere esperar mais para fixar as vendas.

Segundo o dirigente da cooperativa com sede em São Gabriel da Palha, município do Espírito Santo, maior produtor de conilon do Brasil, as lentas vendas também estão associadas a uma quebra de safra neste ano, após um recorde colhido em 2022.

Ele disse que os cafezais que produziram bem em 2022 vão ter queda de cerca de 30% na produtividade, que será parcialmente compensada por uma possível alta de 10% na safra das lavouras novas. Ele evitou comentar quanto seria a redução total da colheita.

Embora digam que o café conilon não tem bienualidade como o arábica, o presidente da cooperativa comentou que a quebra deste ano é sinal de que isso efetivamente ocorre.

Além da quebra de safra, a colheita deste ano atrasou cerca de dez dias, disse o presidente da Cooabriel, citando que “o grão demorou a madurar”.

“A lavoura está bem folhada, o clima foi bom. Quando está sentindo algum problema, ela madura antes”, explicou.

Reuters

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