O Japão é o quarto maior comprador dos cafés solúveis brasileiros, tendo importado o equivalente a 304.074 sacas de 60 kg em 2018, gerando receita de US$ 65,8 milhões ao país. O Brasil é o principal fornecedor aos japoneses ao longo dos últimos anos, com market share crescente. Em 2015, o produto nacional respondia por 38,7% do mercado nipônico e veio registrando avanços até chegar a 44,5% no ano passado.
“Somos os principais provedores ao Japão há anos e mantemos esse desempenho mesmo com o produto brasileiro sendo taxado em 8,8% para ingressar no país asiático, contra a isenção de tarifas para os produtos dos principais concorrentes, como Malásia, Vietnã, México, Tailândia e países do Acordo Transpacífico de Cooperação Econômica (Trans-Pacific Partnership – TPP) e da Associação das Nações do Sudeste Asiático (ASEAN)”, explica Aguinaldo Lima, diretor de Relações Institucionais da Associação Brasileira da Indústria de Café Solúvel (Abics).
Diante da expressividade dos números do café solúvel brasileiro para o mercado japonês, o presidente da Abics, Pedro Guimarães, participou, no dia 29 de julho, da XXII Reunião Plenária do Conselho Empresarial Brasil-Japão, realizada pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) e pela FIESP, em parceria com a congênere nipônica Keidanren, na sede da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo, na capital paulista.
A conclusão das negociações entre Mercosul e União Europeia gerou grande repercussão para o produto brasileiro como um dos itens incluídos no pacto, com o café solúvel sendo destacado em discursos do governo federal e em diversas reportagens da imprensa nacional e internacional.
Frente a essa visibilidade, Guimarães foi convidado para participar da Sessão “EPA – Economic Partnership Agreement Japão-Mercosul”. No painel, o presidente da Abics fez a apresentação do café solúvel do Brasil como um ‘case’ capaz de ampliar oportunidades em um acordo comercial entre o bloco sul-americano e o país asiático.
Para Lima, um virtual acordo entre o bloco e os japoneses potencializará a representatividade do produto nacional no mercado asiático. “Tivemos a grande notícia do acordo Mercosul-UE este mês, que ampliará nossa participação no bloco europeu assim que o pacto entrar em vigência. Vislumbrar a possibilidade de um tratado Mercosul-Japão gera muita expectativa, porque, certamente, temos potencial para responder por mais de 50% do market share naquele país”, conclui o diretor da Abics.
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