Produzir café com a adoção de práticas sustentáveis é uma combinação digna de premiação. Na comunidade de Forquilha do Rio, distrito de Pedra Menina, em Dores do Rio Preto, famílias que produzem de acordo com técnicas de conservação da água e solo já foram premiadas como produtoras do melhor café do país.
A família do senhor Manoel Protázio é um exemplo de produção sustentável de café. Eles já foram finalistas em diversos concursos de qualidade, incluindo no Concurso Nacional ABIC de Qualidade do Café, sendo reconhecidos – além da qualidade do seu produto – pela sustentabilidade da propriedade rural e suas boas práticas de produção.
“Temos pouca terra e não há muita mão-de-obra. Por isso, trabalhamos em família na produção de cafés especiais, atividade que agrega muito valor ao produto. Para esse tipo de produção, temos que cumprir um conjunto de ações sustentáveis, que aliam produção à preservação ambiental”, ressaltou Manoel.
Ele contou que em sua propriedade, as áreas de nascentes são protegidas: existem caixas secas nos carreadores e os adubos são armazenados corretamente. Além disso, nos secadores utiliza-se lenha seca e há notas fiscais de todos os produtos comprados para serem utilizados na produção do café.
Outra ação importante é a reutilização da água da lavagem do café. “Não é ambientalmente adequado jogar a água da lavagem do café diretamente no rio. Por isso fazemos o uso dessa água de quatro a cinco vezes e podemos aproveitá-la como adubo”, explicou Manoel.
De acordo com o extensionista do Incaper de Dores do Rio, Preto Norberto das Neves Frutuoso, as águas residuárias do café podem ser utilizadas como biofertilizantes, pois são ricas em diversos nutrientes. “Essa é uma das formas de destinar adequadamente esse resíduo, contribuindo para uma produção mais sustentável. Todas essas ações contribuem para que a propriedade do senhor Protázio seja uma referência em boas práticas de produção”, afirmou Norberto.
Além de receber assistência do Incaper, o senhor Protázio e outras famílias de Forquilha do Rio contam com um despolpador comunitário recebido da Secretaria de Estado da Agricultura, Abastecimento, Aquicultura e Pesca (Seag). O asfalto que dá acesso à comunidade também foi feito pela Seag, por meio do Projeto Caminhos do Campo.
O senhor Protázio produz, em 20 hectares, 400 sacas de café por ano. Conforme o microlote, ele comercializa a saca entre R$ 900 e R$ 1.300. Ele já recebeu compradores dos Estados Unidos e Japão.
Luciana Silvestre