Depois de encerrar o primeiro semestre com avanço de 2,6% no volume exportado, a avicultura brasileira aposta na conquista de novos clientes e no impulso de mercados tradicionais para manter o ritmo de crescimento no segundo semestre. O apetite de países como China e Arábia Saudita, associado ao início das vendas para nações como Mianmar, Paquistão e Malásia, leva a indústria a estimar um aumento de até 3% na produção em 2015, chegando a 13 milhões de toneladas.
O setor encerrou junho com recorde no volume embarcado (389 mil t.) e, conforme projeção da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), pode romper as 400 mil toneladas mensais ainda em 2015. Com isso a meta é ampliar as exportações em até 5% sobre 2014, aponta o presidente da ABPA, Francisco Turra. Ele argumenta que a expansão pode ser estimulada com investidas em novos mercados como Indonésia, Camboja, Vietnã e Nigéria. “Tivemos um avanço significativo, porque uma coisa é abrir mercado na suinocultura, que exporta para cerca de 70 países. Outra é fazer isso na avicultura, que hoje exporta para 158 países”, compara.
Turra também destaca o salto nas vendas para países asiáticos e para o México, em meio aos problemas sanitários dos Estados Unidos, que ajudaram a amenizar a concorrência. “A China está bombando. Já estamos com 29 plantas habilitadas e vamos exportar mais de 300 mil toneladas para eles neste ano. Queremos aprovar mais frigoríficos, para ampliar e manter o ritmo de embarques.”
Cadeia integrada
O bom desempenho econômico do setor também motiva debates sobre a remuneração da cadeia produtiva. Produtores e indústrias avançaram nos diálogos para a estruturação da Lei de Integração, que vai regulamentar os contratos de produção. “Já tivemos uma discussão no Paraná e agora vamos para o debate em âmbito nacional. Houve uma flexibilização quando ao texto original mas queremos garantias de que o custo fique abaixo da renda”, detalha o presidente da Associação e Cooperativa dos Avicultores do Sudoeste do Paraná (Aaspar – Coavisul), Amarildo Brustolin.
As decisões de remuneração passarão por debates em Comissões de Acompanhamento, Desenvolvimento e Conciliação da Integração (Cadec), que são regionais e reúnem as partes para discussão desses fatores. “Discutimos e chegamos a um consenso de que não sejam colocados na lei parâmetros de renda, mas sim que se leve em conta as discussões feitas nas Cadecs. Há muita diferença regional”, contextualiza Turra.
Gazeta do Povo