À primeira vista, as condições excepcionais de mercado enfrentadas em junho (lacuna no abastecimento devido à greve dos caminhoneiros) geraram, na avicultura, incrementos de preço jamais observados no setor. Em um mês, por exemplo, aumento de 29,32% no preço pago pelo frango vivo; e de 27,67% pelo ovo.
A realidade, porém, é que – em condições normais de abastecimento – índices de variação até superiores já foram observados no setor. Um desempenho particularmente aplicável ao ovo que, em fevereiro de 2015, registrou variação de preço 55% superior em relação ao mês anterior.
A despeito, no entanto, das excepcionalidades do mês, o ovo não conseguiu alcançar os preços de um ano antes: encerrou o semestre com um valor médio mensal quase 8% menor que o de junho de 2017.
O frango vivo, por seu turno, alcançou no mês valor quase 23% superior ao de um ano antes. Notar, porém, que superou apenas a inflação acumulada em 12 meses, porquanto sua principal matéria-prima, o milho, registrou variação de preço quase 2,5 vezes superior. E, neste caso, a perda maior recaiu sobre o ovo. Comparativamente aos valores registrados por ocasião da implantação do real (meados de 1994), o ovo registra variação pouco superior a 300%, enquanto a do frango vivo não vai muito além dos 400%. Ou seja, ambos perdem para o milho que, em junho, registrou variação superior a 475%, e, sobretudo, para a inflação (aqui referenciada pelo IGP-DI da Fundação Getúlio Vargas), cuja variação já ultrapassa os 585%.
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