Desempenho do frango vivo em junho e no primeiro semestre de 2016

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À primeira vista, os ganhos obtidos pelo frango vivo no decorrer do mês de junho foram excepcionais, pois seu preço médio experimentou incremento de 12,38% em relação ao mês anterior, com isso alcançando o maior valor do corrente exercício (porém, ainda inferior ao do quadrimestre setembro-dezembro de 2015).

A valorização, entretanto, não teve nada de especial. Pois, na prática, o que ocorreu foi o retorno à cotação de três meses atrás. E, neste caso, o ganho (apenas nominal, nunca é demais ressaltar) foi de irrisórios 0,35% – ou, para deixar mais claro, adicional de menos de 1 (um) centavo em todo um trimestre.

Notar, além disso, que embora elevado, o incremento do mês (+12,38%) ficou aquém do registrado um ano atrás. Ou seja: em 2015, de maio para junho, o frango vivo valorizou-se mais de 14%. O que indica, de um lado, que a forte valorização de junho é uma ocorrência natural; e, de outro lado, que apesar da profunda deterioração das condições de produção, em junho de 2016 o frango vivo teve desempenho inferior àquele observado um ano atrás.

Sob esse aspecto, aliás, o desempenho inferior não se resume ao mês, estende-se ao semestre. Pois os primeiros 182 dias do ano foram completados sem que se tivesse conseguido retornar à cotação inicial de 2016 (ou do final de 2015) – R$3,00/kg. Quer dizer: o frango vivo fechou o semestre com uma cotação máxima quase 2% inferior a esse valor, enquanto sua principal matéria-prima, o milho (agora em ligeira desaceleração), chegou a registrar aumento de quase 50% em relação aos primeiros preços do ano.

Aplicando o mesmo raciocínio às médias registradas em todo o primeiro semestre chega-se a números mais contundentes. Pois, frente a um incremento médio próximo de 16% do frango vivo (de R$2,33/kg no 1º semestre de 2015 para R$2,70/kg neste semestre), o milho subiu perto de 75% (de R$28,26/saca para R$49,38/saca).

Aliás, após 12 sucessivos meses de alta, em junho último os preços do milho deram os primeiros sinais de arrefecimento, recuando em relação ao mês anterior (mas permanecendo ainda acima dos 11 meses anteriores). E isso continua interferindo pesadamente no poder aquisitivo do produtor.

Assim, aos valores de junho, 1 (um) quilograma de frango vivo gerou renda suficiente para adquirir ao redor de 3,250 quilogramas de milho. Pois bem: isso correspondeu a menos da metade do que se adquiriu quase dois anos atrás. Em setembro de 2014, por exemplo, 1 (um) quilograma de frango vivo permitiu adquirir quase 6,900 quilogramas de milho.

Avisite

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