O ministro da agricultura, Reinhold Stephanes, admitiu ontem que apenas um terço das propriedades rurais com potencial de exportação tem hoje condição de vender à União Européia (UE) carne in natura, a pouco mais de 20 dias do fim do prazo dado pelo bloco europeu para credenciar exportadores brasileiros. O bloco está ampliando as exigências para comprar o produto nacional depois que o Brasil registrou casos de febre aftosa há dois anos.
O número de propriedades aptas, afirmou o ministro, é bem menor do que se pensava: “Acreditávamos que teríamos 30 mil propriedades prontas, mas agora sabemos que são cerca de dez mil apenas”.
Stephanes explicou que a UE exige a implantação da rastreabilidade total do gado para comprar o produto nacional e que o prazo de adequação termina dia 31 de janeiro. Por isso, mesmo admitindo que nem todas as unidades serão inspecionadas a tempo, o ministro informou que será feito um esforço concentrado dos órgãos estaduais e que todos os técnicos tiveram as férias suspensas para atuar na fiscalização.
Ele adiantou que tentará convencer a UE a aceitar a inclusão de novas propriedades gradualmente, assim que elas forem fiscalizadas pelo Ministério da Agricultura após 31 de janeiro.
“Acredito que eles aceitarão essa proposta, porque precisam da nossa carne. Inclusive, o preço da carne já está subindo na Europa”, disse o ministro.
O Globo