Os negociadores retornaram à Organização Mundial do Comércio (OMC) nesta quinta-feira para tentar derrubar os obstáculos remanescentes a um acordo para o setor agrícola, considerado crucial para a conclusão da Rodada de Doha de negociações de livre-comércio mundial. O clima para as negociações mudou drasticamente desde 2001, ano inicial da rodada que pretendia repelir os subsídios e tarifas de importação aplicados ao setor agrícola pelos países ricos, medidas que diminuem a competitividade de produtores agrícolas dos países pobres.
Os preços recordes dos alimentos aliviaram a pressão sobre os governos que subsidiam produtores agrícolas. Receios sobre a inflação provocada pela valorização dos alimentos e temores sobre a escassez de comida levaram alguns países a reduzir algumas tarifas de importação, deslocando o foco das negociações. Além disso, a pressão crescente pelo protecionismo em países ricos dificulta cada vez mais a consolidação de um acordo entre os 151 países-membros da OMC.
Segundo os negociadores, o embaixador da Nova Zelândia, Crawford Falconer, que preside as negociações agrícolas, convocou uma reunião de nove dias para discutir questões técnicas, como, por exemplo, as maneiras de designar e trabalhar com produtos sensíveis. Diplomatas disseram que deixariam a decisão sobre números importantes, como o grau dos cortes aos subsídios e às tarifas, para o ápice da rodada e nas mãos dos governos.
Jornal do Commercio