O preparo da feijoada, um dos pratos mais tradicionais da gastronomia brasileira, está cada vez mais caro. Após o aumento da carne suína, impulsionada pelas festas de fim de ano, o feijão vem agregando altas expressivas desde setembro. Excelente notícia para os produtores, que viram o preço da saca de 60 quilos aumentar 541%, com relação ao mesmo período do ano passado. Ruim para o consumidor, que sentiu o peso dos mais de 100% agregados nos últimos três meses e meio.
O preço da saca de 60 quilos de feijão preto, o mais cultivado e consumido na região, passou de R$34,00 para cerca de R$100,00, ou 3,5 vezes mais caro do que em dezembro de 2006. O carioca, por sua vez, teve elevação ainda mais substancial, batendo na casa dos R$260,00 a saca, após cair a R$48,00. “Não se esperava um nível de preço que está vigorando atualmente. A tendência é aumentar muito a área plantada de feijão na safra da seca, devido a esses preços, que podem ser considerados ótimos”, avaliou o agrônomo da Seab, Arthur Bittencourt.
O cenário que motivou o aumento é compreensível, contudo complexo. O feijão é plantado duas vezes por ano, dividido em safra das águas – de final de ano – e safra da seca, com plantação em janeiro e fevereiro e colheita em abril e maio. A quantidade de área plantada nestas épocas é diretamente proporcional à expectativa ocasionada por bons preços. Por esse motivo, existem diferenças abissais entre preço, produtividade e área plantada de um ano para o outro. Em 2005, segundo dados da Seab (Secretaria de Agricultura e Abastecimento) do Paraná, na região de Guarapuava, que engloba 12 municípios, foram plantados 42,8 hectares, para uma produção de 34,3 toneladas.
Diário de Guarapuava