Os especialistas em segurança alimentar da União Européia (UE) decidiram nesta quinta-feira suspender a proibição de exportar gado vivo, carne e laticínios britânicos, em vigor desde 6 de agosto devido a um foco de febre aftosa, e decidiram limitar as restrições à área atingida pela doença.
Segundo o acordo alcançado pelo Comitê Permanente da Cadeia Alimentar e da Saúde Animal — com representação dos 27 países-membros do bloco europeu –, as exportações poderão ser retomadas a partir de 25 de agosto, com exceção de uma área de 10 quilômetros em torno das duas criações afetadas, no condado de Surrey.
A Comissão Européia (o órgão executivo da UE) informou em comunicado que os especialistas adotaram a decisão por unanimidade, após ouvir a informação mais recente sobre a evolução da doença por parte da delegação britânica.
Sob controle – A comissão destacou que se passaram mais de duas semanas desde o segundo e último foco de febre aftosa no condado de Surrey (detectado em 7 de agosto), e tanto Bruxelas quanto os países-membros estão satisfeitos com as medidas adotadas pelas autoridades do Reino Unido para controlar a doença.
A delegação britânica informou que os animais das duas fazendas contaminadas pela febre aftosa foram sacrificados, e as instalações foram desinfetadas.
Além disso, houve o estabelecimento de zonas de proteção e vigilância em torno das criações, nas quais foram restringidos os movimentos de animais, com a aplicação de medidas excepcionais de biossegurança.
Os especialistas chegaram à conclusão de que não é necessário manter o embargo a todos os animais e produtos britânicos, diante das detalhadas investigações epidemiológicas e das análises feitas em fazendas tanto na zona de risco quanto em outras partes do Reino Unido.
Portanto, as restrições só serão aplicadas às áreas de proteção (três quilômetros em torno do foco) e de vigilância (dez quilômetros).
Exportações – A CE ressaltou que o comércio de gado, carne e leite britânicos será retomado no sábado, “sujeito a estritos controles e à supervisão veterinária”.
As restrições em torno das fazendas atingidas pela febre aftosa continuarão até 15 de setembro, e serão revisadas em reunião do Comitê de Segurança Alimentar em 11 de setembro.
A febre aftosa é uma doença virótica muito contagiosa que afeta porcos, ovelhas e vacas principalmente, e que tem como sintomas ulcerações no focinho, tetas, tubo digestivo e patas.
Em 2001, foi registrada no Reino Unido uma epidemia de febre aftosa que causou estragos no país, já que levou ao sacrifício de entre 6,5 milhões e 10 milhões de cabeças de gado, gerando perdas de cerca de 8,5 bilhões de libras (US$ 17 bilhões).
Folha Online
