Emissão de gases estufa cresceu 45% no Brasil

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A quantidade de gases do efeito estufa – com exceção dos produzidos pelo desmatamento – que o Brasil emite cresceu em praticamente todos os setores entre 1994 e 2005, mostra o balanço nacional de carbono feito pela organização Economia & Energia. Segundo ele, houve um incremento anual de 3,4% nas emissões. O valor é superior ao crescimento registrado do Produto Interno Bruto (PIB), que cresceu 2,6% por ano, em média.


 


Para o professor da Coordenação dos Programas de Pós-Graduação de Engenharia (Coppe), da UFRJ, e secretário-executivo do Fórum Brasileiro de Mudanças Climáticas, Luiz Pinguelli Rosa, a diferença entre os índices reflete a predominância da exportação de matéria-prima, que exige um gasto de energia elevado na produção e no transporte do produto sem um reflexo, na mesma proporção, da riqueza gerada. “Não é só ineficiência técnica”, afirma. “Se exportássemos só aviões da Embraer, estaríamos muito melhor. (A diferença entre os índices) Mostra que estamos num caminho não muito bom.”


 


A emissão do setor de geração de energia cresceu de 7,6 milhões de toneladas de carbono, em 1994, para 15,2 milhões, em 2005. Em transporte, as emissões passaram no mesmo período de 25,4 milhões para 36,9 milhões de toneladas de carbono.


 


Os dados ainda são preliminares e integrarão o próximo inventário nacional de emissões. O primeiro e único já publicado foi divulgado em 2004 com dados antigos, referentes a 1990 a 1994. Os novos dados não devem alterar substancialmente a proporção entre as principais fontes de emissão: o desmatamento e as queimadas devem continuar na primeira posição. “A mudança porcentual é muito pequena. Se houve um crescimento de mais de 30% no setor de energia, calculo um crescimento de 13% nas emissões geradas pelo desmatamento no mesmo período”, diz Pinguelli.


 


Segundo o professor, o próximo inventário deve mostrar que as alterações do uso do solo corresponderam a 72% das emissões nacionais de gases-estufa até 2004. No primeiro levantamento, o índice era de 75%. A previsão de divulgação do governo federal é 2009.


 


O ESTADO DE S. PAULO

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