A seca que já dura quase sete meses no espírito santo tem favorecido os incêndios em fazendas, reservas e em áreas de preservação ambiental. Nesta segunda-feira (29, em Vila Valério, norte do Estado, as labaredas chegaram a 14 metros de altura. Em Conceição da Barra, grande parte do Parque Estadual de Itaúnas foi destruída.
Na Grande Vitória, só em julho deste ano foram registrados 109 casos de incêndios em vegetações. Em outubro o número de ocorrências foi de 101 casos. Em agosto o Corpo de Bombeiros registrou 99 incêndios. Já em setembro, mês que choveu, foram registrados 33 casos. Do início de 2007 até o mês de outubro, o Corpo de Bombeiros registrou um total de 631 incêndios em vegetações. O número é alto quando comparado a anos anteriores. Em 2005 foram registrados 285 incêndios e no ano passado, 570.
De acordo com o Tenente-coronel do Corpo de Bombeiros, Samuel Rodrigues Barboza, as principais causas de incêndios em vegetações são o calor intenso, estiagem, ventos fortes e a radiação solar.
Por causa do fogo na reserva de Itaúnas e de outros pequenos focos, o corpo de Bombeiros e o Ibama não tiveram como atender as outras ocorrências. No início da tarde, uma equipe foi para Vila Valério e conseguiu controlar o fogo. Outros incêndios foram registrados em Rio Bananal, São Mateus, Nova Venécia, Sooretama, Jaguaré e Marilândia. Em Linhares, o fogo destruiu uma fazenda. Alguns incêndios já foram controlados na região. Outros ainda não. Quem precisar dos Bombeiros é só ligar para o telefone 193.
Em Itaúnas, animais afugentados buscavam abrigo nas plantações de eucalipto da região. Alguns escaparam vivos do incêndio, mas não tiveram a mesma sorte na hora de atravessar a estrada. Ainda não foi possível medir o tamanho do estrago. Pelos cálculos iniciais, uma área equivalente a 50 campos de futebol foi atingida.
“Um aceiro, essa picada aberta no meio da vegetação, evitou que o fogo se espalhasse. Pra combater as chamas foram usados carros pipa e bombas d’água. O incêndio no Parque Estadual de Itaúnas já foi controlado, com a ajuda de funcionários do parque, de outras unidades de conservação do Iema, da brigada de incêndio do Ibama e do Corpo de Bombeiros”, destaca um dos guardas do parque, Damião dos Santos.
A ocorrência de incêndio na área do parque foi a segunda em apenas uma semana. A suspeita é de que o fogo tenha começado na Vila de Itaúnas, depois que um morador resolveu queimar lixo no quintal de casa. O vento ajudou a espalhar as chamas, e a estiagem dificultou o combate. A área, que costuma ficar alagada em épocas de chuva, é de difícil acesso.
O período mais crítico foi durante a noite. O fogo chegou perto das casas que ficam no entorno do parque. Os bombeiros que trabalhavam no combate às chamas tiveram que se deslocar para outra região, nas proximidades, conhecida como Riacho Doce para combater outro foco de incêndio.
Na região noroeste, mais uma ocorrência grave. Uma propriedade particular no interior de Vila Valério ficou em chamas. A área queimada chega a quase 63 campos de futebol. Metade era plantação de eucalipto. Um prejuízo estimado de 55 mil reais. Na mata nativa, as labaredas ainda não foram controladas. Vinte funcionários da fazenda e de uma empreiteira trabalham no combate as chamas.
O fogo começou às 10h de sábado. Árvores inteiras foram queimadas. Por causa do vento, as labaredas se espalharam e atingiram o pasto. Com a vegetação seca o fogo se espalhou rapidamente. As chamas começaram pela pastagem e chegaram até a uma área de preservação. O fogo também atingiu parte da plantação de cacau.
O corpo de bombeiros foi acionado e impediu que mais árvores queimassem. Funcionários da fazenda também tentavam controlar o fogo buscando água no rio Doce em pequenos regadores. Um caminhão pipa foi chamado pelo proprietário da fazenda. A suspeita é de que tenha sido um ato de vandalismo.
Redação Gazeta Rádios e Internet