Procon encontra leite C com soda em GO

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Três dias após a Polícia Federal interditar duas cooperativas mineiras suspeitas de adulterar o leite longa vida integral, o Procon de Goiás informou ontem ter encontrado leite com soda cáustica e água oxigenada em análises feitas no Estado.


 


Em pesquisa realizada com 19 marcas de leite tipo C (pasteurizado), 12 foram consideradas impróprias ao consumo. Em duas foi constatada a presença de soda cáustica, segundo o órgão. Também foram detectadas água oxigenada, coliformes totais (provenientes de matéria orgânica) e fecais (fezes). A superintendência do órgão não soube informar em quantas marcas essas irregularidades foram identificadas.


 


A lista das marcas só será divulgada na próxima semana porque as empresas ainda não foram notificadas. A pesquisa foi feita nas últimas duas semanas por um laboratório da Universidade Federal de Goiás. O Procon deve encaminhar os resultados para o Ministério Público e para a PF para uma investigação criminal.


 


Também foram feitas análises em 24 marcas de leite longa vida integral -seis foram reprovadas. A direção do Procon, porém, diz que ainda não tem detalhes dos problemas apresentados nos produtos. O órgão diz que as marcas de leite pasteurizado analisadas são locais. Goiás é o Estado com a segunda maior produção de leite do país -em 2005, foram 2,6 bilhões de litros.


 


O superintendente do Procon de Goiás, Antonio Carlos de Lima, disse que a investigação sobre a qualidade do leite no Estado começou no primeiro semestre, após denúncia de um sindicato de médicos veterinários goiano. As amostras foram coletadas em Goiânia.


 


A superintendência do Ministério da Agricultura em Goiás disse que ainda não foi notificada sobre as análises e que não tomará providências por enquanto. Sérgio Novato, chefe de inspeção da superintendência, afirma que o ministério faz análises periódicas no leite do Estado e nunca encontrou produtos com soda cáustica ou água oxigenada.


 


A assessoria da Secretaria de Saúde de Goiás informou que só vai tomar medidas se houver ordem do ministério.


 


O presidente da Anvisa, Dirceu Raposo de Melo, disse que ainda não tinha conhecimento sobre os testes e que iria procurar a vigilância sanitária do Estado para se informar.


 


 


Folha de São Paulo

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