Paraná amarga prejuízos de US$ 621 milhões com aftosa

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As exportações de carne paranaense para os principais mercados importadores continuam embargadas, após primeiras suspeitas de febre aftosa em parte do rebanho estadual. Depois de exatos dois anos, a cadeia produtiva da carne acumula prejuízos – de cerca de US$ 621 milhões, de acordo com cálculos do Sindicato da Indústria das Carnes do Paraná (Sindicarnes) -, foram fechados cerca de 2 mil empregos, o rebanho foi reduzido e a capacidade industrial instalada opera com cerca de metade da produção.

Além deste saldo, talvez a pior notícia é que não há previsão para que o Paraná seja reconhecido pela Organização Mundial de Saúde Animal (OIE) como área livre de febre aftosa com vacinação. A retomada deste status vem sendo adiada há vários meses, desde o fim do “vazio sanitário” (período de seis meses sem criações animais após os sacrifícios do rebanho), que terminou em outubro do ano passado. Este status é considerado fator fundamental para que a maioria dos países passe a comprar a carne paranaense.

A expectativa do secretário de Estado da Agricultura e do Abastecimento, Valter Bianchini, é que a OIE libere o Paraná no início do próximo ano. “A OIE se reúne a cada seis meses e a próxima reunião está marcada para janeiro. O problema é que o Paraná está na microrregião do Mato Grosso do Sul e o relatório (feito pela Ministério da Agricultura) ainda não foi concluído”, explica. Ele reconhece que dois anos sem exportar é muito tempo, mas que o “trabalho tem que ser feito conforme as regras”.

Apesar dos embargos, Bianchini lembra que as exportações de aves “estão batendo recordes”. “A suinocultura está aumentando e os frigoríficos (de carne bovina) estão retomando seus trabalhos e estamos fazendo um projeto de padronização dos cortes especiais”, afirma. Ele acrescenta que, desde então, os trabalhos de sanidade estão sendo tratados como prioridade, com a contratação de novos técnicos, campanhas de vacinação, inclusive, na fronteira e informatização das guias de transporte animal (GTAs).

O fato é que, independente dos trabalhos desenvolvidos pelo Estado, a cadeia produtiva da carne perdeu mercado. Atualmente, o Paraná mantém negócios com 27 países, enquanto o País todo tem 137 destinos. Além da comparação, a carne produzida aqui vai para “mercados marginais”, que compram em pequena quantidade e carnes menos nobres, portanto, mais baratos. Cálculos do Sindicarnes apontam que do total que deixou de ser exportado, 55% são de carne suína, 25% de carne bovina e 20% de frango.


 


 


Página Rural

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