O senador capixaba Gerson Camata (PMDB-ES) criticou nesta terça-feira (25), no Plenário da Câmara dos Deputados, em Brasília, a decisão tomada no final do mês passado pelo ministro da Justiça, Tarso Genro, que decidiu favoravelmente à demarcação de 11 mil hectares pleiteados por comunidades indígenas do Norte do Espírito Santo, em terras que seriam da Aracruz Celulose.
Segundo Camata, o anúncio da demarcação provocou uma surpresa desagradável, tendo em vista que a Aracruz Celulose, a convite do próprio ministério, estava em meio a um processo de negociação com a Fundação Nacional do Índio (Funai). O senador acrescentou que o ministro desconsiderou a contestação apresentada pela empresa a parecer da Funai, favorável à demarcação.
“São 14 volumes, com cerca de 15 mil páginas, sendo que apenas a parte expositiva tem 380 páginas, entregues à Funai em 19 de junho do ano passado. Nessa extensa contestação, a Aracruz oferece provas das inconsistências, fragilidades técnicas e parcialidade dos relatórios elaborados por grupos técnicos da Funai para justificar a demarcação’, disse.
De acordo com a Agência Senado, Camata disse que a presença de comunidades indígenas na área demarcada “nunca passou de ficção”, alimentada por “pretensos historiadores” ligados aos “chamados movimentos sociais”.
O senador explicou ainda que documentos apresentados pela Aracruz Celulose comprovam que os índios tupiniquins viviam num território distante 140 quilômetros da região da empresa, e que os índios guaranis só chegaram ao Espírito Santo em 1967, vindos da fronteira com o Paraguai e de estados do Sul do Brasil.
“A manipulação da verdade para criar um contingente de herdeiros fictícios das terras, adquiridas pela Aracruz de proprietários legítimos só foi possível com a colaboração ativa de entidades interessadas em criar e incentivar conflitos sociais, admiradoras de regimes totalitários, como a Cuba de Fidel Castro. São organizações como o MST e a Via Campesina, que agem internacionalmente, e uma entidade denominada Koinonia, que se auto-intitula ecumênica e recebe ajuda financeira da União Européia, da Fundação Ford e das igrejas da Noruega e do Canadá, entre outras”, relatou.
Redação Gazeta Rádios e Internet
Com informações da Agência Senado