O Valor Bruto da Produção Agropecuária (VBP), que reflete o faturamento obtido dentro da porteira com a venda dos principais produtos agrícolas e proteínas animais, deve atingir neste ano R$ 512,9 bilhões. Os cálculos são daSecretaria de Política Agrícola (SPA) do Ministério da Agricultura, levando em conta as estimativas de safra e as médias de preços de março.
A receita da produção agrícola foi estimada em R$ 336,7 bilhões, valor 5,8 bilhões (mais 1,8%) superior ao do ano passado. O faturamento da pecuária, que inclui as proteínas animais, foi calculado em R$ 176,2 bilhões, em queda de 6 bilhões (menos 3,3%) ante o estimado para 2015.
O VPB total recuou 0,1% (R$ 277 milhões) ante os R$ 513,2 bilhões do ano passado. A coordenação-geral de estudos e análises da Secretaria de Política Agrícola, responsável pelo estudo, ressalta que “as informações da pecuária são muito preliminares e alguns dados sobre abates se referem ao ano passado”.
Os analistas do Ministério da Agricultura explicam que as estimativas atuais refletem parte do impacto da seca e de excesso de chuvas nas principais regiões produtoras do país. “A produção de várias lavouras e a de frutas foi prejudicada”, dizem eles, observando que os relatos da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) e do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostram alguns desses efeitos.
Os cálculos mostram que a soja, principal produto do agronegócio brasileiro, deve proporcionar aumento de R$ 9,2 bilhões (mais 8,4%) na renda dos agricultores, estimada em R$ 119,8 bilhões. A receita com a comercialização domilho deve crescer R$ 2,4 bilhões (mais 5,8%) para R$ 45 bilhões. O café também se destaca com a perspectiva de aumento de R$ 3,5 bilhões (mais 17,9%) na renda, para R$ 23,5 bilhões.
Entre as proteínas animais, a queda mais expressiva (de R$ 3,2 bilhões ou 11,4%) é estimada para a pecuária leiteira, para R$ 25 bilhões. No caso da suinocultura a previsão é de queda de 9% (R$ 1,3 bilhão) para R$ 13,7 bilhões. Napecuária de corte a variação prevista é de menos 0,9% (R$ 653 milhões) para R$ 74,2 bilhões. No caso da produção defrangos, o faturamento na granja é estimado em R$ 51,2 bilhões, valor 1% (R$ 513 milhões) inferior ao do ano passado.
Segundo o estudo, os valores por região continuam apresentando a liderança do Sul (R$ 148 bilhões), vindo em seguida o Centro-Oeste (R$ 144,4 bilhões) e Sudeste (R$ 134,8 bilhões). Em seguida, se destacam o Nordeste, com R$ 48,8 bilhões e o Norte, com R$ 29,6 bilhões.
Globo Rural