O Sindiveg (Sindicato Nacional da Indústria de Produtos para Defesa Vegetal) anunciou que foram vendidos US$ 9,6 bilhões em defensivos agrícolas no ano passado no Brasil. O balanço oficial anual do setor indica uma redução de 21,56% no faturamento em relação a 2014, ficando dentro do que foi projetado pela entidade no último mês dezembro.
Dentre os motivos apresentados pelo Sindiveg para explicar a queda estão a desvalorização do Real, o contrabando – que já atinge níveis expressivos –, e a dificuldade de obtenção de linhas de crédito rural por parte dos agricultores, que afeta o fluxo de compra dos mesmos e leva ao aumento dos estoques da indústria e canais de distribuição.
“A questão do crédito e a inadimplência no campo preocupa o setor significativamente. Por conta dessa condição, a indústria acaba financiando quase 70% das vendas aos agricultores”, comenta Silvia Fagnani, vice-presidente executiva do Sindiveg.
A classe mais comercializada segue sendo a dos inseticidas, com US$ 3,171 milhões vendidos em 2015, seguida pela dos herbicidas (US$ 3,086 milhões) e fungicidas, com US$ 2,907 milhões. Outras classes somaram US$ 548 mil no ano que passou.
As vendas por Estado continuam sendo lideradas pelo Mato Grosso, seguido por São Paulo, Paraná e Rio Grande do Sul. São Paulo teve sua participação aumentada devido à recuperação das lavouras de cana-de-açúcar, café e citrus.
Importações
O volume total das importações de defensivos agrícolas em 2015 apresentou queda de 6,10% em relação ao ano anterior, atingindo 392.526 toneladas. A indústria, que trabalha com 80% de insumos importados, teve dificuldades em repassar o aumento de custos aos preços e perdeu em receita.
“A desvalorização cambial ocorrida no ano, em torno de 50%, trouxe um forte impacto na rentabilidade das empresas, as quais não conseguiram repassar esta desvalorização para o campo”, comenta Silvia Fagnani.
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