Seag promove Workshop sobre Reflorestamento Ambiental

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Com o objetivo de fomentar novas políticas públicas voltadas para a recuperação da Mata Atlântica e desenvolvimento sustentável no Espírito Santo, aconteceu na última sexta-feira (04), no Plenário da Findes, o Workshop Reflorestamento Ambiental – Desafios para o Sucesso.
 
No workshop foram discutidas as dificuldades para o reflorestamento no Estado, o papel do agricultor dentro dos projetos de recuperação, mão de obra do setor, os fatores críticos na produção de sementes de espécies nativas da floresta, além de métodos e processos de reflorestamento.
 
O evento contou com a presença de pesquisadores, professores de universidades, representantes de empresas privadas e do terceiro setor, além gerentes e diretores de órgãos governamentais, como das Secretarias Estaduais da Agricultura, Abastecimento, Aquicultura e Pesca (Seag) e do Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Seama), e do Instituto Capixaba de Pesquisa, Assistência Técnica e Extensão Rural (Incaper). Além disso, traz como presença ilustre o diretor de serviços estratégicos do Programa Gestão dos Recursos Naturais da África do Sul, Ahmed Khan.
 
O coordenador de projetos da Gerência de Agroecologia e Produção Vegetal, Pedro Carvalho, e um dos idealizadores do Workshop, explica que o Espírito Santo possui 16% de cobertura florestal nativa, mas que esta área está distribuída desigualmente entre os municípios. 
 
"O grande desafio é fazer com que todos os municípios tenham uma boa área de Mata Atlântica, e nos locais certos, protegendo as nascentes, córregos, corpos de água, topos de montanha, promovendo a biodiversidade, entre outros fatores. Por isso, este workshop é importante. Nós estamos buscando diferentes setores da sociedade para discutir o reflorestamento ambiental no Estado. Queremos criar políticas públicas, programas de governo com a participação da sociedade como um todo", disse.
 
O subsecretário de agricultura, Marcelo Suzart, também destacou que outro desafio é tornar o modelo dos programas de reflorestamento mais sustentáveis aos produtores rurais, responsáveis diretamente pelo plantio, observação, e preservação das mudas das árvores. 
 
“Nós temos que estar atentos, pois dentro deste processo de reflorestamento, o agricultor necessita que isso se torne um emprego, que isto gere uma renda permanente, fazendo com que assim ele fique por todo o processo, preservando e dando essa manutenção ao que já foi plantado. Olhando estas necessidades, acredito que nós conseguiremos avançar para um modelo de reflorestamento que seja o mais sustentável no sentindo ambiental da palavra”, explicou Suzart. 
 
Programa Reflorestar
Um dos programas do Governo do Estado voltados à preservação ambiental e à recuperação de ambientes perdidos é o ‘Programa Reflorestar’, que é desenvolvido pela Secretaria Estadual do Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Seama). 
 
Fruto do ‘Programa Florestas para Vida’, nascido em 2007, o ‘Reflorestar’ consiste na ideia de garantir economicamente ao agricultor, o fomento necessário para que ele promova o reflorestamento no meio em que vive. 
 
 
Para o secretário estadual de Meio Ambiente, Rodrigo Júdice, a essência do programa é a capacidade econômica para viabilizar os pagamentos aos agricultores, afim de compor a lógica entre agricultura e floresta. Ele explica que existem dificuldades principalmente quando se trata na questão de sensibilização, de mostrar ao homem do campo a importância da preservação ambiental e do reflorestamento, mas que mesmo assim o programa tem alcançado resultados positivos.
 
“ Essa proposta de conscientização é ponta pé inicial do Programa, porque existem muitos fatores que podem fazer o produtor desistir da proposta, e até mesmo utilizar a verba para outras ações. Mas apesar disto, o programa tem tido muito sucesso, tanto que o programa alcançou sua meta mais audaciosa, beneficiando mais cinco mil produtores, de todas as regiões e microrregiões do Espírito Santo, com R$8 milhões de investimentos”, completou Júdice. 
 
Ainda para Júdice, o Workshop funciona como uma forma de integração entre órgãos, empresas privadas e terceiro setor para avançar nesta questão ambiental tão importante e fundamental para um equilíbrio no planeta. “Esperamos aqui que exista uma integração entre órgãos, empresas privadas e terceiro setor para darmos continuidade ao que já está sendo feito, no âmbito do reflorestamento. As últimas reuniões mundiais sobre o tema, mostram que já existe um novo marco florestal se desenhando para o planeta, e que os fundos internacionais estão se preparando e a partir de 2020, para fomentar projetos de países que estiverem preparados para aplicarem programas de reflorestamento. O que nós podemos fazer aqui é nos unir em prol dessa causa, para quem sabe conseguirmos captar esses recursos”
 
O diretor-técnico do Incaper, Lúcio Herzog De Muner, também aposta nesta integração como melhor forma de ajudar o Espírito Santo a recuperar parte da Mata Atlântica perdida. Ele destaca que o Incaper, no viés da pesquisa, possui o projeto Biomas que funciona no município de Sooretama, além de possuir 77 postos por todo o estado que prestam orientação aos produtores rurais, e sete engenheiros do Incaper à disposição do programa Reflorestar. 
 
“Esta agenda é muito importante porque a agricultura é parceira do meio-ambiente, e dentro desta nova gestão do Governo Estadual, secretarias, e Incaper, nós estamos trabalhando em parcerias. O agricultor é o grande parceiro neste programa, porque é ele quem faz, então o papel do Incaper é levar a tecnologia, a orientação técnica, a assistência técnica para que isto possa acontecer com velocidade no meio rural”, explicou Lúcio Herzog.
 
 
 
 
Daniel Simões
 
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