O café conilon (canephora) vem ganhando cada vez mais espaço no mercado mundial do grão. Nos últimos 55 anos, a produção global da variedade cresceu 418,3%, saltando de 12,6 milhões em 1960 para 65,3 milhões de sacas de 60 quilos na safra 2014/2015. Sua participação na oferta internacional no mesmo período passou de 19,3% para 44,6%, impulsionada pela ascensão do Vietnã à liderança mundial na colheita deste tipo de café.
A análise está no Boletim Ativos do Café, elaborado pela Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) e Centro de Inteligência em Mercados da Universidade Federal de Lavras (CIM/UFLA). O estudo utilizou dados do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) compilados pelo Bureau de Inteligência Competitiva do Café (Icafebr), entidade ligada à Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais (FAPEMIG), que desenvolve projetos e estudos sobre cafeicultura.
De acordo com a publicação, dois fatores ajudam a explicar a expansão do café conilon. O primeiro fator está relacionado com a melhoria da qualidade da bebida, em função do aperfeiçoamento dos métodos de processamento dos grãos. Com isso, aumentou-se gradativamente a quantidade de conilon nos blends produzidos pelas indústrias nacional e mundial de café. O segundo fator se refere a maior resistência das plantas canephora às interferências climáticas nas lavouras, além de alcançarem altos índices de produtividade e menores custos de produção, quando comparados à espécie arábica.
O boom do café conilon, aponta a CNA, ocorreu a partir da safra 1996/1997, quando o Vietnã assumiu o primeiro lugar na produção mundial desta espécie. O país asiático é o maior fornecedor mundial de conilon e o segundo maior produtor internacional de café, atrás apenas do Brasil, que lidera a oferta global do grão no mundo.