O Espírito Santo é o segundo estado brasileiro que mais produz uma das especiarias mais comercializadas do mundo: a pimenta-do-reino. No município de Água Doce do Norte, a produção é cada vez mais valorizada. Mas, ao implantar um projeto, o produtor deve passar por um técnico da área que assegure viveiros de qualidade para que as lavouras tenham sucesso. Pensando nisso, o escritório local do Incaper do município orientou mais de 50 produtores sobre métodos em condução de pimenta-do-reino.
Agricultores familiares, produtores e técnicos rurais foram capacitados quanto as principais tecnologias da cultura de pimenta do reino em uma palestra ministrada pelo extensionista do Incaper, Jose Elias Gava. O encontro aconteceu no Centro de Referência de Assistência Social (CRAS) de Água Doce do Norte.
Carlos Marcos Alves dos Santos, “a cultura é incipiente no município e a área plantada até o momento consta em apenas 5 hectares, em estágio de formação”. Segundo ele, os produtores estão motivados porque o mercado de pimenta-do-reino é atrativo, especialmente por sua rentabilidade. “Mas para que a produção tenha sucesso, eles precisam estar a par de todos os critérios técnicos”, completou Marcos.
Jose Elias deixou os participantes inteirados quanto às condições climáticas ideais para o cultivo; escolha da área para plantio, variedades; qualidade da muda; espaçamento, calagem e adubação; condução das plantas; colheita e pós-colheita, entre outros caminhos importantes para obter sucesso na produção de pimenta-do-reino.
Por fim, todos puderam participar de uma demonstração de método em condução de pimenta do reino; foram visitados dois plantios em estágio de formação – um plantio de 2 meses e outro com 9 meses de idade – no Córrego da Pratinha.
Segundo José Elias, “o produtor, ao implantar um projeto, especialmente uma nova cultura como a de pimenta-do-reino, deve passar por um técnico da área que assegura os viveiros de qualidade”.
O Espírito Santo é o segundo maior produtor de pimenta-do-reino do Brasil, respondendo por 15,38% da produção. Em primeiro lugar está o Estado do Pará, que concentra 74,40% da produção nacional, e a capixaba chega a 7 mil toneladas por ano, em uma área total de 3.957 hectares plantados, sendo que 90% dos plantios estão localizados em propriedades de base familiar.
A expansão da pimenta-do-reino tem viabilizado a inserção de outras condimentares na região produtora, como a aroeira e o urucum, por exemplo, que têm importância por aumentar a gama de produtos para atração de agroindústrias para o mercado de temperos.
Dentre os desafios com o foco no desenvolvimento desta cultura, pode-se destacar o investimento em tecnologias que reduzem o custo de implantação, autosustentabilidade, mão de obra na fase da colheita e a geração de emprego, entre outros.
Tatiana Caus