Embora a meta seja ambiciosa, se há um país capaz de conseguir uma cafeicultura 100% sustentável em 2027, como foi proposto pela Federação Nacional de Cafeicultores (FNC) para quando cumprir 100 anos, é a Colômbia, afirma seu gerente comercial, Felipe Robayo.
Esse esforço institucional permitiu o país alcançar 212 mil fazendas com algum padrão de sustentabilidade, que representam mais de 165 mil cafeicultores e uma área de 396 mil hectares, o equivalente a 42% da área cultivada, disse Robayo durante o 83º Congresso Nacional de Cafeicultores.
“Adotaremos muito do que já temos hoje e do que implementamos nos últimos 15 anos em sustentabilidade. (…) Temos toda a base institucional para realizar isso nos próximos 10 anos”.
A estratégia tem sido até agora identificar as características regionais que facilitam cumprir os requisitos dos diferentes padrões de sustentabilidade, apoiar o produtor através do Serviço de Extensão para a adoção de boas práticas e acompanhar as auditorias de cumprimento para que a fazenda seja certificada e/ou verificada.
Não é por acaso que a FNC lide com os maiores programas de sustentabilidade no mundo para a 4C e Nespresso. “Globalmente nós somos um líder nesse sentido”, disse Robayo.
A definição de um padrão de sustentabilidade próprio para o Café da Colômbia, que tende a ser credível, inovador, confiável e voluntário, incluirá a natureza altamente democrática e participativa da associação de café, algo que é muito valorizado dentro e fora da Colômbia.
Assim, além dos pilares econômicos, sociais e ambientais, o aspecto institucional também será essencial. “Não é apenas uma questão de mercado, mas sim, de responsabilidade e de empoderamento do cafeicultor colombiano”.
Bens e serviços públicos que beneficiam o conjunto de todos os produtores, como Compra de Segurança (uma forma de comércio justo e transparente), a pesquisa científica e tecnológica e a assistência técnica do Serviço de Extensão são as vantagens competitivas na indústria e as características diferenciais que contribuem para a sustentabilidade da cafeicultura colombiana, algo que o padrão próprio do Café da Colômbia em definição também levará em conta.
O Café da Colômbia é hoje sinônimo de qualidade na indústria, mas graças à sua estratégia de ser cada vez mais 100% sustentável, traduzirá melhores receitas para os produtores.
“O mundo nos pagará mais por esse valor agregado”, disse o gerente comercial. “Queremos nos centrar na família cafeeira como unidade, como sua receita, como a situação do café a afeta e se isso a torna sustentável”, disse.
Café da Colômbia 100% Sustentável será um código de conduta que permitirá demonstrar aos interessados (clientes, indústria, compradores, governos, academia) que os processos e produtos verificados sob esse esquema cumprem com os princípios de sustentabilidade.
A sua implementação compreenderá a valorização integral dos eixos socioeconômicos, institucionais e ambientais, que se executem as melhores práticas em toda a cadeia de comercialização de café, valorização que será realizada em duas etapas: verificação do processo na fazenda e certificação do produto com todos os membros da cadeia de valor.
Robayo disse ainda que os cafés sustentáveis não devem ser considerados especiais, uma vez que o aumento na oferta tem limitado a geração de valor dos mesmos.
Notícias Agrícolas