No terceiro levantamento sobre a safra de café 2016, a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) estimou a produtividade média em áreas de arábica e conilon de 25,46 sacas por hectare, 13,2% superior à da temporada passada. Segundo a estatal, o clima favorável nas áreas de arábica, onde o rendimento médio foi 25% superior, e o fato de o ciclo ser de bienalidade explicam o incremento. Os maiores ganhos ocorrem em São Paulo (+43,7%), Espírito Santo (+28,3%) e Minas Gerais (+25%).
Já o café conilon apresenta perda de 22,2% na produtividade, puxada por Espírito Santo, Rondônia e Bahia, que juntos, somam cerca de 94% da produção de conilon, e que apresentaram queda de rendimento médio de 24,5%, 5,6% e 46,4%, respectivamente. Considerada a produção total de café, Minas Gerais lidera com colheita, estimada em 28,9 milhões de sacas, sendo 28.618.100 sacas de café arábica e 318.431 sacas de café conilon.
“Beneficiados pelo clima, sul de Minas e Cerrado devem produzir respectivamente 42% e 63,2% mais café na atual temporada”, diz a Conab. Espírito Santo vem em seguida, com 9,1 milhões de sacas, queda de 14,5%. “Desse quantitativo, 3,768 (41,19%) milhões de sacas serão de café arábica e 5,380 (58,81%) milhões de sacas de café conilon”, diz a estatal.
As lavouras de conilon foram as mais afetadas pelo clima – seca, alta temperatura, má distribuição de chuva, insolação – e devem produzir 30,7% menos. “As lavouras do arábica, com crescimento de 28,2% por razão da adequada florada na atual safra, se recuperam da baixa produção dos últimos dois anos.”
Em São Paulo, com colheita prevista de 5,9 milhões de sacas, a área do café arábica subiu apenas 1% em relação à temporada passada, mas a produtividade cresceu 43,7%, de 20,42 sacas/ha para 29,35 sacas/ha. Conforme a Conab, pesaram nesse resultado “bienalidade positiva, clima favorável, entrada de pés novos em produção, aumento nos tratos culturais e retorno vigoroso das plantas manejadas na safra passada”.
Para o terceiro levantamento da safra de café foram considerados dados de municípios dos principais estados produtores (Minas Gerais, Espírito Santo, São Paulo, Bahia, Paraná, Goiás, Mato Grosso, Rio de Janeiro e Rondônia), que correspondem a cerca de 98,6% da produção nacional. O quarto levantamento sairá em dezembro e considera informações pós-colheita.
Globo Rural