O presidente executivo da Abramilho – Associação Brasileira de Produtores de Milho, Odacir Klein, considera que o Brasil deve mobilizar-se urgentemente para a efetiva liberação comercial das duas variedades de milho transgênico, que já foram aprovadas pela CTNBio – Comissão Técnica Nacional de Biotecnologia, e que ainda serão avaliadas pelo Conselho Nacional de Biossegurança. “Os produtores brasileiros precisam dispor de iguais condições tecnológicas em relação a seus competidores internacionais, em busca de aumento de produtividade”, ressaltou Klein, ao tomar conhecimento da aprovação pelo governo argentino da quarta variedade de milho transgênico para plantio naquele país.
Já plantando 60% de milho transgênico no total da área de plantio, os produtores de milho da Argentina agora dispõem de mais uma variedade de milho transgênico. Trata-se do milho MGRR2, da Monsanto, que contém simultaneamente duas características: é tolerante a herbicidas e resistente a insetos-pragas. As três variedades GM disponíveis anteriormente eram milho tolerante ao herbicida glufosinato de amônio, milho tolerante ao herbicida glifosato e milho simultaneamente resistente a Lipidópteros e tolerante ao glufosinato de amônio.
A Abramilho é uma associação civil sem fins lucrativos e representará produtores de milho congregados por associações estaduais e do Distrito Federal bem como cooperativas, entidades nacionais e regionais com interesses comuns e está aberta a intercâmbios cultural e científico com entidades congêneres internacionais. Seu estatuto também prevê um conselho consultivo de apoio à diretoria de grande abrangência, incluindo representantes da comunidade científica e das entidades sindicais vinculadas à cadeia produtiva do milho.
Para Odacir Klein, o Brasil não pode desperdiçar um cenário internacional inteiramente favorável para o milho brasileiro, incluindo o redirecionamento americano da produção de milho para a geração de etanol em detrimento das exportações, e da China diminuindo as exportações em favor de aumento interno de estoques. “Somos o terceiro produtor mundial, depois dos Estados Unidos e da China. Não podemos deixar, agora, que a Argentina possa vir a ganhar um espaço que é nosso”, salientou o presidente da Abramilho.
Revista Fator – Sao Paulo