Produtor aposta na criação de búfalos para fabricação de queijo mozzarella no norte do Espírito Santo
O interesse pela criação de búfalos vem aumentando a cada ano em todo o mundo. O continente asiático, detentor de quase a totalidade do rebanho bubalino mundial, possui cerca de 150 milhões de cabeças, representando aproximadamente 97% do total mundial.
Alguns registros mostram que esses animais foram introduzidos no Brasil no final do século XIX. Atualmente, a região Norte do país concentra a maior parte do rebanho brasileiro, porém a criação vem se expandindo em todo o território nacional.
No município de Linhares, norte do Espírito Santo, o pecuarista José Luiz Casati percebeu as vantagens dos búfalos e resolveu criar os animais.
Nos 200 hectares da fazenda Primavera, Casati possui 95 búfalas, sendo 85 (entre vacas e novilhas) da raça mediterrâneo e 10 novilhas puro sangue da raça Murrah.
Observando a criação dos animais, vários fatores chamaram a atenção do produtor. A rusticidade e a resistência dos animais acaba tornando a criação de búfalos mais econômica em relação a bovina. Segundo Casati, os bubalinos não são atacados por bernes, carrapatos e moscas-do-chifre, e são mais resistentes às doenças do aparelho respiratório, assim não dependem de medicamentos. “Só é preciso aplicar as vacinas obrigatórias”, ressalta o pecuarista.
Devido a sua rusticidade, os búfalos “comem de tudo” e convertem melhor os alimentos consumidos em carne e leite. Apesar da força, eles são mansos e chegam a ser fonte de brincadeira para os jovens Alessandro e Adinilson, filhos do gerente da propriedade. “A docilidade é comprovada na ordenha que é feita sem amarrar as pernas da búfala”, revela Casati.
E é durante a ordenha que observamos outra grande qualidade da criação de bubalinos: a produtividade. Segundo o pecuarista, cada fêmea produz cinco litros de leite por dia. “Com essa quantidade de leite é fabricado um quilo de queijo mozzarela, enquanto com o leite de vaca é preciso de oito a doze litros”.
Vendo essa qualidade dos animais, há um ano o pecuarista resolveu fabricar na sua propriedade produtos derivados do leite de búfala. Antes o que era feito apenas para consumo próprio, se tornou uma empresa onde o produto principal é a mozzarela de búfala.
A fábrica de queijo mozzarela de Casati está instalada na própria propriedade.
Seguindo todos os padrões de higiene, a funcionaria Eliana prepara os queijos em diferentes formas (barra, palmito e trança). A embalagem do produto, por exemplo, é feita a vácuo garantindo a qualidade. “Tudo é feito conforme as exigências. O produto é 100% certificado e natural, livre de qualquer conservante”, destaca Casati.
Além da mozzarella, comercializada pela fábrica por R$15,00/kg, vários outros produtos podem ser fabricados através do leite bubalino, como iogurtes, doces e ricotas. Todos eles com elevado valor nutricional.
“Os níveis de calorias, proteína, lipídio e cálcio do leite de búfala são superiores em relação ao leite de vaca, o que prova o elevado valor nutricional do alimento”, explica a nutricionista Luciana Scaramussa.
Scaramussa ainda destaca a importância do alto teor de cálcio do leite bubalino. “A presença de cálcio é 50% maior que no leite de vaca. O consumo desse mineral ajuda na manutenção do esqueleto, na prevenção da osteoporose e facilita a coagulação sanguínea”.
Para o pecuarista, os benefícios para a saúde são incontestáveis. “As vantagens são inúmeras. Digo que o leite de búfala é um remédio e não um alimento”, finaliza Casati.
por Franco Fiorot
Redação Campo Vivo
