Primeira máquina esterilizadora de pimenta-do-reino no Espírito Santo começa a funcionar em outubro

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O investimento de R$ 12 milhões atende a legislação Europeia, permitindo a retomada das exportações de mercados dos Estados Unidos e Europa

Máquina esterelizadora da Grancafé | Foto: Grancafé

Em outubro, a Grancafé colocará em funcionamento a máquina esterilizadora a vapor para tratar e eliminar a contaminação microbiológica da pimenta-do-reino, atendendo exigências do mercado mundial. O equipamento, importado da Holanda, é o primeiro a chegar em terras capixabas. O investimento de R$ 12 milhões permitirá à empresa retomar mercados da Europa e dos Estados Unidos que representam 40% de suas exportações.

Recentemente houve uma mudança na legislação Europeia para a importação da pimenta brasileira que fez com que o país quase zerasse as exportações para o referido destino, destacou o gerente comercial e de exportação da Grancafé e presidente da Brazilian Spice Association (BSA), entidade que representa a cadeia produtiva de especiarias e pimenta no Brasil, Frank Moro, ressaltando que a segurança alimentar e uma produção de alimentos com ‘zero resíduos químicos’ têm sido uma exigência cada vez maior.

Gerente comercial e de exportação da Grancafé, Frank Moro | Foto: Brenner Clicks

“A Grancafé é a maior exportadora do Brasil, e o país é o segundo maior produtor de pimenta-do-reino, ficando atrás do Vietnã. Apesar de ser o maior produtor mundial por hectare, o nosso grande desafio é liderar o ranking de melhor qualidade, que acreditamos conquistar em breve. Para 2025, a produção estimada para o Brasil é de 110 mil toneladas e esse equipamento vai impactar diretamente na economia capixaba”, comentou.

O gerente da Grancafé explicou que existem três métodos de esterilização no mercado, porém o processo a vapor implantado pela empresa é o único aceito em todo mundo, por ser seguro e não agredir o meio ambiente. A Salmonella é um exemplo de contaminante microbiológico presente na pimenta do reino, algo muito sério, haja visto que o grão será consumido in natura pelos importadores.

“Outro tipo de contaminação é por Antracnona, resíduo químico oriundo do processo de secagem em secadores rotativos com calor direto, proibida na Europa e EUA. Isso tem literalmente queimado a imagem do Brasil, pois somos os únicos a permitir essa contaminação no produto final. 60% dos agricultores capixabas usam esse modelo de secagem”, relatou, informando que os secadores de calor indireto controlado ou secagem em pleno sol ou em estufas são métodos que não há contaminação por Antracnona.

O presidente da BSA aponta também a importância do uso de produtos biológicos para combater pragas e doenças nas lavouras. “Existem vários experimentos que atestam que é possível produzir mais, gastar menos e ofertar um alimento que atenda as exigências de todos os mercados”, reforçou.

Atualmente a Grancafé conta com um programa de sustentabilidade e certificação para os produtores parceiros, oferecendo assistência gratuita, instruindo para produzir um grão livre de contaminação química e microbiológica. Como bonificação é pago um preço diferenciado por ser um produto especial.

Redação Campo Vivo

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