ESPECIAL – Censo Agro

0

Matéria publicada na Revista Campo Vivo – Edição 39 – Setembro/Outubro/Novembro 2018

Resultados preliminares mostram crescimento em área irrigada, uso de tratores e acesso a internet nos estabelecimentos agropecuários; último censo havia sido em 2006

Após 11 anos de espera, o IBGE realizou novamente em 2017 a pesquisa do Censo Agro. Até o momento, foram identificados, nos resultados preliminares, 5.072.152 estabelecimentos agropecuários no Brasil, em uma área total de 350.253.329 hectares. Em relação aos dados coletados no Censo 2006, essa área cresceu 5% (16,5 milhões de hectares) apesar da redução de 2% (103.484 unidades) no número de estabelecimentos agropecuários. Porém, houve acréscimo de 13,9% na área total ocupada por eles, totalizando 394.675 hectares. No Espírito Santo, até o momento, o Censo Agro 2017 identificou 108.010 estabelecimentos agropecuários em uma área total de 3.234.529 hectares.

O objetivo do Censo Agro foi conhecer a produção agropecuária e também o perfil dos agricultores em todo o Brasil. Para isso, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), foi a campo entre os meses de outubro de 2017 a fevereiro de 2018 para levantar os dados relacionados à propriedade, produção, área, pessoal ocupado, dentre outros. Os resultados preliminares começaram ser divulgados. Com essas informações, será possível a avaliação e elaboração de políticas públicas com maior precisão. Além disso, permitirão estudos a respeito da expansão das fronteiras agrícolas, da dinamização produtiva ditada pelas inovações tecnológicas e o enriquecimento da produção de indicadores ambientais.

Para coletar os dados em todo o Espírito Santo, foram contratados 310 recenseadores e 114 agentes censitários, que desenvolveram atividades administrativas, de informática e de supervisão de coleta. Além destes, uma equipe efetiva de coordenação, composta por 16 pessoas, também foi contratada. No total, foram 440 pessoas diretamente envolvidas durante os quatro meses de pesquisas. Em todo o Brasil foram mais de 5.500 municípios visitados e cerca de 5,3 milhões de estabelecimentos.

Para o coordenador do censo agropecuário na região Norte do Espírito Santo, Neidimar Teixeira Narcizo, que participou do Censo 2006 e novamente em 2017, os dados coletados no censo passado se comparados com essa atualização, até que não surpreenderam tanto. “Como a agricultura tem como suas principais características a alta rotatividade no campo com o aumento das tecnologias implantadas, a mudança de hábito do produtor e a renovação da classe de produtores, os dados não foram surpreendentes, houve um aumento natural de estabelecimentos devido a renovação e partilha de bens na zona rural”, enfatizou.

Veja alguns dados preliminares do Censo IBGE entre 2006 e 2017:

  • Participação dos estabelecimentos com menos de 100 hectares e proporção de terras arrendadas: subiu de 1,0% para 3,5%;
  • Uso da terra nos estabelecimentos agropecuários, como área de lavouras permanentes como frutas e café, teve queda de 0,4% enquanto a área de lavouras temporárias, como grãos e cana de açúcar, diminuiu 19,5% no Estado.
  • O número de tratores aumentou 105,1% em comparação com o Censo 2006, chegando a 24.231 unidades (12.464 a mais que o último censo). Já o número de estabelecimentos que utilizavam esse tipo de máquina passou de 9.520 para 18.416.
  • No Espírito Santo, a área irrigada em estabelecimentos agropecuários cresceu 73,7% e o uso de agrotóxicos aumentou 118,7%. O número de estabelecimentos com acesso à Internet cresceu 2.282,6% nesse período.
  • Do total de produtores do estado, cerca de 7,0% declararam não saber ler e escrever. Por outro lado, 6,4% dos produtores cursaram nível superior e 0,3% frequentaram mestrado ou doutorado.
  • Em 2017, no Espírito Santo, 84,6% dos produtores eram homens e 13,6% mulheres. Quanto à idade, 30,8% possuem 60 anos ou mais; 64,0% estão na faixa de 30 a 59 anos e 5,0% têm menos de 30 anos.
  • Em relação ao uso da terra nos estabelecimentos agropecuários, observou-se redução de 31,7% na área utilizada para lavouras permanentes, como frutas e café, por exemplo. Já a área destinada a lavouras temporárias, como grãos e cana de açúcar, cresceu 13,2%.

Os resultados preliminares completos podem ser conferidos no site do Censo Agro através do link: https://censoagro2017.ibge.gov.br

Redação Campo Vivo

Compartilhar:

Deixar um Comentário