O setor exportador de café do Brasil prevê crescimento das exportações do País em 2016, na esteira do aumento "potencializado" do consumo mundial, avaliou Luciana Florêncio, diretora executiva do Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (CeCafé), em entrevista à Agência Estado, durante o Encontro Nacional das Indústrias de Café (Encafé), em Una (BA). Apesar de não haver ainda uma estimativa para as vendas externas no ano que vem, os negócios devem avançar sobre as 36 milhões de sacas previstas para serem exportadas em 2015.
A previsão para este ano, por enquanto mantida pelo CeCafé, pode ser ajustada, já que outros agentes do mercado apontam uma queda de até 10% no volume esperado, por conta da estiagem em lavouras. "Temos um crescimento de consumo potencializado no mundo. Só vemos perspectiva positiva para todos os mercados em 2016, principalmente o asiático, que estão aumentando a demanda", disse a executiva.
Outro fator positivo é a alta no dólar que ajuda a receita em reais dos produtores locais, mesmo com o recuo da cotação no mercado internacional na moeda norte-americana. Para Luciana, o mercado trabalha com uma estimativa de dólar em torno R$ 4, valor sustentado pela apreciação da moeda em todo mundo a ainda pelas incertezas políticas no Brasil.
A executiva destaca que para melhorar a competitividade do café brasileiro no exterior é preciso melhorar a qualificação do cafeicultor aqui e citou como exemplo o projeto "Produtor Informado". O programa, coordenado pelo CeCafé, busca capacitar pequenos produtores para melhorarem a gestão das propriedades com o uso de computadores em busca de informações sobre o setor e o mercado.
"Das 286 mil propriedades com café no Brasil, 220 mil são pequenas, com até 10 hectares. A média da propriedade com café no País é de 5 hectares, ou seja, a produção é baseada nesses pequenos produtores que precisam ter sustentabilidade econômica e capacitação", concluiu. O programa atende 2 mil produtores por ano.
Estadão Conteúdo