Com impulso da Bolsa de Nova York, que fechou em alta por três sessões seguidas, os preços do café no mercado físico brasileiro registraram ligeiros ganhos nos últimos dias. Em contrapartida, a queda do dólar dificulta as vendas. Para o analista do Escritório Carvalhaes, Sérgio Carvalhaes, as transações no Brasil estão 50% mais baixas do que o considerado normal para esta época do ano.
Segundo o boletim semanal mais recente do Escritório, os cafeicultores estão assustados com o aumento dos custos de produção. Com o dólar mais alto sobem com força os preços de fertilizantes, defensivos, energia elétrica e óleo diesel, o que leva muitos cafeicultores a não colocar seus lotes de café no mercado aguardando preços que compensem a alta dos custos e a quebra na produção. Com isso, "o valor de R$ 500,00 a saca é ruim para o produtor", explica Sérgio Carvalhaes.
De acordo com levantamento realizado pelo economista do Notícias Agrícolas, André Bittencourt Lopes, o tipo 6 duro fechou ontem (7/10) com média de R$ 482,75 a saca de 60 kg nas oito praças de comercialização analisadas. Guaxupé (MG) teve o maior valor com R$ 518,00/sc.
Para o tipo cereja descascado, mais fino, a média de preço nas localidades consultas na terça-feira ficou em R$ 556,50 a saca. Mas em algumas praças de comercialização, os lotes finos de CD com boa porcentagem de peneiras altas chegaram a ser comercializados a até R$ 600,00/sc.
A título de comparação, no início do ano (5/1), a cotação média do tipo 6 duro nas praças de comercialização analisadas pelo NA estavam em R$ 466,38 a saca e a de cereja descascado em R$ 522,00/sc.
Na Bolsa de Nova York (ICE Futures US), de terça-feira passada para ontem, os contratos com entrega para dezembro próximo subiram 5,27%, de US$ 121,35 cents por libra-peso para US$ 128,10 cents/lb.
Exportações
Segundo os dados mais recentes da Secretaria de Comércio Exterior (Secex), do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), os embarques de café em setembro totalizaram 2,919 milhões de sacas de 60 kg, um avanço de 5,6% em relação ao mesmo período do ano passado. Em termos de receita, houve uma queda de 17,7% ante 2014, para US$ 456,9 milhões.
Apesar do baixo volume de negócios no mercado interno, os operadores no terminal norte-americano sempre olham os números de exportação de café do Brasil e acabam acreditando que ainda há muito café disponível no País. Mas Carvalhaes tem uma explicação para isso.
"Muitos embarques de agora são de vendas futuras firmadas há um ano. Por isso o bom desempenho nas exportações do Brasil", conclui Sérgio Carvalhaes.
Notícias Agrícolas