Não é de hoje que o café do Espírito Santo chama atenção mundialmente. O fruto produzido no Estado tem gerado bons resultados não só para a economia, mas para introdução de novas tecnologias, que foram apresentadas pelo Instituto Capixaba de Pesquisa, Assistência Técnica e Extensão Rural (Incaper) e comprovadas pela comitiva do México na última sexta-feira (20) no município de Brejetuba, na Região Serrana do Estado. Os participantes formados por extensionistas, engenheiros agrônomos e produtores rurais puderam analisar de perto a qualidade do café capixaba.
Pela manhã a comitiva foi recebida pelo chefe do escritório local e extensionista do Incaper, Fabiano Tristão, que apresentou os trabalhos realizados no município para a produção de cafés especiais. “Eu fico muito lisonjeado por poder mostrar um pouco das nossas tecnologias para a produção de café arábica. A troca de informações é fundamental para o crescimento da cafeicultura capixaba que hoje é referência mundial” falou Fabiano.
A vinda dos mexicanos ao Espírito Santo trata-se de um projeto de qualificação para esses profissionais. No México a maior parte dos produtores rurais cultivam em solos irregulares e a agricultura é a principal atividade.
O pesquisador do Incaper, Aymbiré Fonseca, acompanhou os trabalhos durante todo o dia. Ele ressaltou que o México é um tradicional produtor de café orgânico e o mercado é muito valorizado para esse tipo de café. Porém, a atividade ainda tem muito a crescer. “Eles vieram agregar conhecimento na produção não só de arábica, mas do Conilon também. E como o café deles tem uma característica de produção orgânica onde a sustentabilidade é levada muito a sério, nós também vamos poder ampliar novos horizontes para novas parcerias”.
A produção anual de café no México é em torno de 5 milhões de sacas, o que equivale a mais ou menos 10% da produção brasileira. Ismael Méndez López é coordenador do grupo e representante do Instituto Nacional de Investigaciones Forestales, Agrícolas y Pecuarias (Inifap) e falou sobre a experiência. “Vir ao Brasil, especialmente no Espírito Santo, foi muito produtivo. Comparamos com os outros estados e sem dúvida é um dos melhores cafés do mundo. Fico muito feliz em conhecer modelos de tecnologias tão eficazes. Sem dúvidas, é muito bom saber que a base da pirâmide é o produtor rural e isso é muito importante para a valorização do trabalho”.
A comitiva conheceu ainda o Sítio Rancho Dantas do senhor Joselino Menegueti. A propriedade tem dois hectares da variedade catuai, consorciados com bananeiras e palmeiras. Para o membro do conselho estadual do café do Estado Guerreiro México e produtor rural, Oscar Castro, conhecer o cuidado com o manejo faz toda diferença. “Experimentei vários tipos de cafés em outros estados como Minas Gerais e Paraná, mas o café do Espírito Santo tem um sabor muito especial e diferenciado.”
Durante a passagem dos mexicanos pelo Estado, foram realizadas visitas técnicas a três propriedades tecnificadas de café Conilon em Fundão, São Domingos do Norte e São Gabriel da Palha. Eles também visitaram armazéns, jardins clonais e viveiros da Cooabriel.
Vanessa Capucho