O ministro da Agricultura Wagner Rossi disse nesta segunda-feira (8/8) que uma comissão de sindicância foi instaurada para apurar denúncias de relações suspeitas entre funcionários do ministério e um lobista, publicadas pela revista Veja desta semana. Ele informou que pediu ao advogado-geral da União, Luís Inácio Adams, para indicar um integrante do órgão para presidir a comissão. O nome escolhido foi o de Hélio Saraiva Franca, coordenador adjunto da Advocacia-Geral da União (AGU).
Durante a tarde desta segunda-feira, a Controladoria-Geral da União (CGU) recolheu vários computadores do Ministério da Agricultura para investigar se há provas sobre irregularidades no órgão. Segundo o ministro-chefe da CGU, Jorge Hage, as máquinas foram retiradas do departamento de licitações e convênios para que sejam feitas cópias de arquivos e e-mails. Ele disse ainda que o computador do ministro Wagner Rossi não passará por perícia, já que não há nada que o relacione às supostas fraudes.
As denúncias provocaram a demissão de Milton Ortolan do cargo de secretário-executivo do ministério. Na reportagem, a revista noticiou que ele tinha conhecimento das irregularidades que estavam ocorrendo na pasta. No sábado (6/8), Ortolan se exonerou da secretaria.
Em entrevista coletiva concedida na tarde desta segunda-feira, o ministro da Agricultura lamentou o pedido de demissão de seu braço direito na pasta. Rossi disse que pediu a ele que continuasse no cargo. Segundo o ministro, Ortolan, seu amigo há muitos anos, lhe respondeu que as denúncias “tiraram o direito de exercer em sua plenitude suas funções”.
Rossi levou aos jornalistas documentos que, segundo ele, mostram que algumas pessoas ouvidas na reportagem e que fizeram denúncias estão sendo investigadas por irregularidades cometidas contra o Ministério da Agricultura e a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). Ele disse ainda que não conhece Júlio Fróes, citado como o lobista responsável por intermediar negócios e cuidar de processos de licitação, redação de editais e escolha de empresas prestadoras de serviços dentro do ministério. “Sobre ele trabalhar aqui, vamos investigar”.
O ministro também falou sobre respaldo do governo para seguir no cargo. Rossi destacou que a presidenta Dilma Rousseff deu todos os motivos para ele se sentir confortável e que seu trabalho tem sido bem avaliado.
Esta é a segunda entrevista coletiva, em duas semanas, que Rossi dá para explicar denúncias de irregularidades no ministério e na Conab. Segundo o ministro, sempre que houver denúncias ele responderá à imprensa. “Aqui, o que tiver de errado, vamos cortar e mudar.” De acordo com Rossi, todas as indicações políticas de sua gestão têm sua capacidade comprovada.
Agência Brasil
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