Gado e lavouras da Argentina sofrem com seca histórica

por admin_ideale

 


Os problemas de abastecimento de alimentos na Argentina, causados pelos protestos de produtores nos últimos meses, têm sido agravados pela seca inclemente que afeta regiões produtoras do país, segundo a imprensa argentina. A falta de chuvas atinge principalmente a área localizada ao norte da província de Buenos Aires, Santa Fé, Córdoba, Chaco, La Pampa e Santiago del Estero, justamente o coração da produção agrícola argentina.


Esta já é considerada a pior seca dos últimos 20 anos na Argentina. Cálculos ainda não definitivos do governo e de entidades privadas afirmam que as perdas acumuladas são, até o momento, de US$ 500 milhões. A falta de chuvas tem atrasado a colheita de trigo e girassol, dois dos principais produtos agrícolas do país, e já matou cerca de 700 mil bovinos. Os serviços de meteorologia prevêem que não haverá chuvas relevantes nos próximos 40 a 50 dias.


Nas regiões mais afetadas da província do Chaco, por exemplo, o governo montou sistemas de distribuição de 700 litros de água potável por semana, que chegam a cerca de 300 mil pessoas. O trabalho é dificultado pelas más condições de conservação da infra-estrutura de transportes, segundo informou a edição de ontem do jornal “Página 12”.


Em regiões de Santa Fé e do Chaco, a falta d”água tem forçado alguns produtores ao escambo, segundo informou ontem o diário “Clarín”: pecuaristas trocam carne e cabeças de gado vivo por água e pasto. Com isso, conseguem água para oferecer aos animais e evitam que mais bois morram de sede nas propriedades.


O círculo de perdas torna-se vicioso. A queda da qualidade e a pressa para vender os animais derrubam o preço do gado. Com o abate e a morte das vacas, teme-se também pela redução do rebanho de bezerros e da oferta futura de leite no país.


Em Tostado, na província de Santa Fé, produtores de gado com menor poder de fogo têm vendido animais mais fracos por 60 centavos de peso o quilo (o quilo do animal em bom estado é negociado por 3 pesos). Com isso, tenta-se evitar prejuízo completo.


A seca que assola algumas das principais regiões agropecuárias da Argentina vinha ganhando corpo desde 2007. Ela é conseqüência do fenômeno La Niña, formado pelo resfriamento das águas do Oceano Pacífico na altura da linha do Equador, que acaba afetando o ritmo de chuvas. Como o inverno na Argentina foi mais seco que o de costume, a estiagem ganhou força.


 


Valor Econômico

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