Novo alvo da rastreabilidade

por admin_ideale

 


O índice de alimentos hortifrutícolas contaminados com agrotóxicos apurados pela Agência Nacional de Vigilãncia Sanitária (Anvisa) voltou a crescer no ano passado e virou alvo de novas discussões para ampliar a rastreabilidade desde a produção até a mesa do consumidor. De acordo com a Anvisa, são realizadas 1,2 mil análises anuais e o índice de reprovação de alimentos contaminados em vez de cair, como se esperadava, subiu de 11% em 2006, para 17% em 2007. O número só é menor que o de 2001, quando atingiu 20% de reprovação na estréia do projeto que deu origem ao Programa de Análise de Resíduos de Agrotóxicos em Alimentos (Para).



“Isso pode ter ocorrido por causa de um índice maior de pragas nas lavouras ou porque a Anvisa reavaliou alguns agrotóxicos, considerados nocivos”, explica Ricardo Velloso, gerente de avaliação de risco da estatal. Segundo ele, isso ocorre em culturas que necessitam de pulverização com bomba costal, onde o contato com o produto pode prejudicar a saúde. “Por falta de informação o produtor acaba usando o produto e na análise ele é reprovado”, revela.



O gerente disse que o morango, o tomate e a alface são as culturas mais reprovadas nas avaliações, pois são rasteiros e mais vulneráveis a doenças. Ele explicou que o investimento em rastreabilidade é essencial para melhorar a qualidade dos produtos. “Lavar com água retira apenas o agrotóxico superficial e não o que a planta absorve pela raiz. Por isso, é imprescindível um trabalho de conscientização junto aos produtores e principalmente àqueles que compram os produtos”, ressaltou.



Para Sussumo Honda, presidente da Associação Brasileira de Supermercados, o setor já incorporou essa tendência. “É importante garantir a procedência do produto. O mercado de frutas, verduras e legumes (FLV) é responsável por cerca de 10% das vendas dos supermercados”, avaliou. O faturamento com o segmento hortifrutícola é de R$ 10 bilhões por ano. Honda acredita ainda que a rastreabilidade pode ampliar ainda mais as vendas à mercados exigentes como a União Européia.



Leandro Miyao, diretor comercial de FLV do Grupo Pão de Açúcar, ressalta que a companhia é a primeira a implantar um programa neste sentido que é denominado “Qualidade desde a origem”. “Foram investidos R$ 3 milhões na implantação do programa de rastreabilidade chamado Paripassu e no Controle de Desempenho do Fornecedor (CDF)”, revela.



A implantação começará com o setor de frutas, onde 150 produtores serão orientados. Miyao conta que o objetivo é facilitar a negociação dos produtores com menos irregularidades. Em contrapartida o produtor pagará um percentual sobre a tonelagem vendida. “Nós vamos prestar toda a assistência técnica ao produtor, que atualizará on-line tudo que aplica nas lavouras”, disse o diretor. Neste ano, a rede deverá movimentar R$ 1,2 bilhão em FLV, crescimento de 9% em relação ao ano anterior.


 


Gazeta Mercantil

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