Plano para logística deve ser de dez anos, defende bancada ruralista

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A Frente Parlamentar Agropecuária (FPA) defende que projetos de infraestrutura no Brasil tenham um horizonte de pelo menos dez anos e sejam políticas de estado, passando de um governo para outro. A logística e seu impacto no agronegócio foi um dos principais assuntos na primeira reunião do colegiado na nova legislatura, nesta terça-feira (5/2), em Brasília (DF).

O presidente da FPA, deputado Alceu Moreira (MDB-RS), ressaltou que não é possível desenvolver o agronegócio sem planejamento. E afirmou que o Brasil precisa se “reeducar” para pensar no médio e longo prazo. Na avaliação dele, um plano para pelo menos uma década traria segurança para o investidor.

“Em dez anos, temos que definir o que é projeto de estado e de governo. Por que o de estado é muito importante nisso? Porque o governante seguinte não poderá fazer nada com o que já foi definido. Se a estrada de ferro está em andamento e só vai terminar daqui 5 anos, o dinheiro do orçamento seguinte tem que está disponível para continuar a estrada”, explicou o parlamentar.

Entre os temas considerados urgentes da pauta da bancada ruralista, Moreira mencionou a regulamentação do frete, licenciamento ambiental e o porte de arma no campo. Sobre este último assunto, o deputado informou, inclusive, que se reuniria com o ministro da Justiça, Sérgio Moro, para saber mais sobre as medidas de combate ao crime, anunciadas segunda-feira (4/2).

Rural e urbano
Na primeira reunião do ano, a Frente Parlamentar Agropecuária recebeu a ministra da Agricultura, Tereza Cristina, o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia, e parlamentares que pretendem compor o colegiado no Congresso. A Frente contabilizou mais de 200 assinaturas de filiação.

Alceu Moreira destacou a presença na reunião de parlamentares bastante identificados com o meio urbano, inclusive o próprio Maia. E pontuou que é preciso ter um número maior de “formadores de opinião” que sejam de fora do meio rural para “mostrar com clareza” a importância do agronegócio.

“Por que o urbano é tão importante? Porque a agricultura começa no solo e termina na boca de um consumidor. Agricultura precisa sentar na mesa com o consumidor. Precisamos de formadores de opinião urbanos para mostrar com clareza o que nós fizemos, o que é verdade sobre o tema”, disse.

Sobre a discussão sobre a pauta de votações do setor agropecuário com o presidente da Câmara, Alceu Moreira disse que o compromisso assumido por Rodrigo Maia foi o de colocar em votação os projetos, independentemente de ser simpático ao tema ou não. Desde que seja convencido de sua importância.

“Ele disse, eu sou essencialmente urbano. Não tenho conhecimento pretérito sobre os temas que vocês discutem. Preciso ter o convencimento”, relatou Moreira. “Ele põe em votação desde que seja convencido de que esse tema é importante ser votado”, acrescentou o deputado.

Embora já esteja liderando os trabalhos da Frente Parlamentar Agropecuária (FPA), Alceu Moreira tomará posse oficialmente do cargo de presidente do colegiado no próximo dia 19 de fevereiro. Sua antecessora foi a ministra da Agricultura, Tereza Cristina. As duas vice-presidências serão ocupadas pelo deputado Sérgio Souza (MDB-PR) e pelo senador Luiz Carlos Heinze (PP-RS).

Globo Rural

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