Brasil tem negociações adiantadas de acordos com Canadá, Cingapura e Coreia do Sul

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A ministra da Agricultura, Tereza Cristina, disse nesta terça-feira (27) que o Brasil está próximo de fechar acordos comerciais com Canadá, Cingapura e Coreia do Sul, e que eles serão “muito interessantes” para a agropecuária.

“Nós temos o acordo com o Canadá, que está bem adiantado. Temos o acordo de Cingapura, que também pode ser que consigamos fechar esse ano. Temos um acordo com a Coreia do Sul, que também vai bem adiantado”, disse Tereza, em São Paulo, sem entrar em detalhes sobre a dimensão dos pactos e quais produtos serão beneficiados.

A ministra, que discursou em um evento do setor de suínos e aves, comemorou o acordo comercial entre Mercosul e Associação Europeia de Livre Comércio (Efta, na sigla em inglês), apesar de “toda essa polêmica que nós estamos vivendo”.

O pacto que envolve Noruega, Islândia, Suíça e Liechtenstein foi anunciado na semana passada, enquanto o Brasil recebia críticas de outros países europeus por conta das queimadas na região amazônica.

“O Brasil é uma grande potência de produção de alimentos, mas é também uma grande potência do meio ambiente. Não é porque poucos criam esses problemas, essas mazelas que hoje nós vemos que nós vamos esmorecer”, disse a ministra, que não respondeu a perguntas sobre a possível recusa do governo aos US$ 20 milhões oferecidos pelo G7 para a ajudar na Amazônia.

Tereza afirmou ainda que o Ministério da Agricultura tem “carta branca” do presidente Jair Bolsonaro para buscar novos mercados e pediu união do setor.

No final do discurso, a ministra disse que o Brasil “precisa de juízo” para conquistar novos mercados, sem especificar de quem seria esse juízo.

“Juízo, sim, para alcançar muito mais países no mundo com nosso produto de qualidade, com segurança e colocando alimento, que é uma das vocações que o Brasil tem. Nós temos competência, nós temos gente, nós temos genética, o Brasil tem tudo”, completou a ministra.

Acordo UE-Mercosul
No mesmo evento em São Paulo, o secretário de comércio exterior do Ministério da Economia, Marcos Troyjo, disse que o texto jurídico do acordo entre União Europeia e Mercosul, anunciado em junho, deverá ficar pronto entre “6, 7 meses”.

Entenda o que está em jogo para o agronegócio brasileiro
Após a entrega desse texto, os parlamentos dos países da União Europeia e Mercosul irão decidir se aprovam ou não o pacto (veja próximos passos). O acordo também foi citado nas críticas ao governo brasileiro por causa da situação da Amazônia. França e Irlanda ameaçaram não assiná-lo. E Alemanha, Reino Unido e Espanha defenderam o combinado.

Segundo Troyjo, os capítulos econômicos, que, entre outras coisas, tratam das exportações do agronegócio, vão precisar ser aprovados apenas pelo Parlamento Europeu, sem a necessidade de passar pela análise de cada país do bloco.

O secretário disse que o acordo só poderá ser aprovado, rejeitado ou arquivado pelos países, e que não há possibilidade de alteração.

Sobre a resistência da França, Troyjo relativizou a questão, afirmando que nem todos os setores do país são contra o acordo. “A França é uma sociedade muito complexa”, disse.

Ele disse que o país europeu está entre os três maiores investidores estrangeiros do Brasil desde 2000, acrescentando que os franceses têm um setor industrial forte convivendo com a pressão de “agricultores ineficientes”.

G1

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