Bolsonaro e Haddad disputarão o segundo turno no próximo dia 28

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Jair Bolsonaro (PSL) e Fernando Haddad (PT) decidirão em segundo turno, no próximo dia 28, quem será o próximo presidente do Brasil. Com 100% das urnas apuradas, Bolsonaro obteve 49.275.358 votos (46,03% dos votos válidos) no primeiro turno e o petista, 31.341.839 (29,28%). Ciro Gomes (PDT) recebeu 13.344.074 votos (12,47%) e terminou em terceiro lugar. Nesse domingo (7), 107.048.272 milhões de eleitores foram às urnas.
Segundo a presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Rosa Weber, a informação de que haveria segundo turno foi confirmada matematicamente às 20h48, antes do encerramento da apuração em todos os estados.

Bolsonaro venceu em 16 estados e no Distrito Federal. Haddad ganhou em 9 estados, a maioria no Nordeste; e Ciro teve a maior votação apenas no Ceará. Desde a redemocratização, houve segundo turno nas eleições para presidente da República de 1989, 2002, 2006, 2010 e 2014. Nas eleições de 1994 e 1998, o presidente foi eleito no primeiro turno (Fernando Henrique Cardoso).

Após a confirmação do segundo turno, Bolsonaro e Haddad fizeram pronunciamentos no Rio de Janeiro e em São Paulo, respectivamente. Pela internet, o candidato do PSL agradeceu os votos recebidos e criticou o adversário petista. “Não queremos a volta desse tipo de gente para ocupar o Palácio do Planalto. O Brasil teve uma experiência de 13 anos no que há de pior na política”, disse Bolsonaro. “Mergulharam o País na mais profunda crise ética e moral. Não podemos dar mais um passo à esquerda. O nosso passo agora é a centro-direita”, declarou.

Já Haddad afirmou que o compromisso do PT é com um projeto democrático e popular, e fez uma convocação ao “campo progressista”. “Queremos unir os democratas, as pessoas que têm atenção aos mais pobres. Vamos fazer um governo que una o País, há muita coisa em jogo”, disse. “Queremos enfrentar o debate respeitosamente. Vamos para o campo com uma única arma: o argumento.”

O candidato do PT disse ainda que já está em contato com Ciro Gomes (PDT), Marina Silva (Rede) e Guilherme Boulos (Psol), discutindo apoio daqui em diante.

Reinício da campanha
Até o dia 28, ainda restam quase três semanas de campanha. Os candidatos a presidente e governador que passaram ao segundo turno podem voltar a fazer campanha depois de 24 horas do fim da votação – isto é, depois das 17h desta segunda-feira (8). A propaganda eleitoral gratuita no rádio e na televisão recomeça dia 12. A campanha de rua vai até o dia 26 de outubro.

Diferentemente do que ocorre no primeiro turno, na segunda rodada da votação o tempo é dividido igualmente entre os candidatos – tanto presidenciais quanto a governador.

A campanha eleitoral ficou marcada pelo atentado contra Bolsonaro, que foi esfaqueado na barriga pelo ajudante de pedreiro Adélio Bispo de Oliveira no dia 6 de setembro, durante agenda de campanha em Juiz de Fora (MG). O presidenciável foi operado na cidade mineira no mesmo dia. Na semana passada, o pedreiro foi denunciado à Justiça pelo Ministério Público Federal em Minas Gerais.

Os candidatos
O deputado federal Jair Bolsonaro, 63 anos, disputa pela primeira vez a Presidência da República. Capitão reformado do Exército, ele iniciou a trajetória política como vereador no Rio de Janeiro, em 1989. Em 1991, assumiu uma vaga na Câmara dos Deputados e foi reeleito desde então, encontrando-se no sétimo mandato.

Nesse período, passou por diversos partidos, até a filiação ao PSL em março deste ano, como parte da estratégia para disputar a Presidência da República. O programa de governo de Bolsonaro propõe uma agenda conservadora nos costumes e liberal na economia. O candidato a vice na chapa é o general da reserva gaúcho Hamilton Mourão (PRTB).

Ex-ministro da Educação e ex-prefeito de São Paulo, Fernando Haddad, 55 anos, também disputa pela primeira vez a Presidência da República. Ele assumiu a cabeça da chapa petista após o TSE rejeitar a candidatura do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em agosto. Até então, Haddad figurava como candidato a vice-presidente.

Formado em direito, com mestrado em economia e doutorado em filosofia, é atualmente professor universitário. O programa do candidato defende a ampliação dos direitos sociais, a reforma política e a reforma tributária. A candidata a vice-presidente na chapa é a deputada estadual gaúcha Manuela d’Ávila (PCdoB).

Câmara dos Deputados

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