Saiba quais são os principais cuidados no uso de medicamentos na pecuária leiteira

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O bem-estar de um animal está diretamente ligado à sua saúde e, quanto menor for a incidência de doenças, ferimentos ou dores, melhores serão os resultados na produtividade. É por isso que a aplicação de medicamentos nas propriedades rurais requer muita atenção, especialmente com relação a quais remédios foram aplicados e o período de carência. Algumas destas questões de grande relevância para a pecuária leiteira – e as melhores práticas para os produtores – estão em destaque no relatório produzido pelo Sistema de Inteligência Setorial (SIS) do Sebrae.

Da mesma forma que as medicações são aliadas na recuperação e no vigor dos animais, elas podem ocasionar sérios prejuízos se utilizadas de forma inexata e sem acompanhamento. Uma das práticas mais importantes na produção de bovinos leiteiros é a vacinação – e neste caso existem as obrigatórias e as de aplicação voluntárias. Ambas servem para prevenir ou erradicar doenças infectocontagiosas e também para evitar perdas econômicas.

Importante ficar atento ao período de carência, intervalo de tempo necessário entre a última aplicação do produto e a data mínima para que os produtos desse bovino estejam disponíveis para consumo ou comercialização – o que pode variar desde horas até dias ou meses, de acordo com o produto, a formulação e a forma de aplicação. O não cumprimento da carência traz prejuízos a saúde do consumidor, que ingere o alimento com resíduos dos medicamentos. O Programa Nacional do Controle de Resíduos e Contaminantes do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), é responsável por fiscalizar e monitorar os riscos provenientes dos resíduos.

As falhas durante o manejo dos medicamentos podem ocasionar consequências negativas no rebanho como estresse e dor, riscos de acidente de trabalho, reações e lesões inesperadas. Para ajudar os produtores, a Viva Lácteos elaborou uma cartilha do uso responsável de medicamentos veterinários na produção leiteira, que destaca as seguintes ações:

  • Marque todos os animais que precisam ser medicados. Assim você evita repetir o procedimento em um mesmo bovino;
  • Registre todas as vacas antes do tratamento e respeite a carência: a ideia é separar os registros em temporários e permanentes;
  • Separe as vacas antes do tratamento e mantenha-as afastadas durante a carência. Os animais doentes ou tratados devem ser ordenhados por último
  • Descarte todos os medicamentos vencidos.

O registro de informações é fundamental no uso de medicamentos, já que é necessário anotar dados como início do tratamento, períodos de carência, dosagens aplicadas, reaplicações, assim como reações adversas, indícios de melhoras e ocorrências de novos focos de doenças no rebanho. Somente com o acompanhamento é possível analisar e tomar decisões para cancelar ou intensificar o tratamento com os medicamentos. Para facilitar esse controle, listamos alguns aplicativos que otimizam o acompanhamento:

  • VestSmart: funciona como um receituário inteligente. São disponibilizados bulas de medicamentos e vacinas, recomendações para aplicação e frequência de uso do produto. Possibilita também ter com exatidão a dosagem indicada de cada medicamento conforme o peso do animal.
  • BovControl: aplicativo que permite mais controle do pecuarista sobre o seu rebanho. Coleta dados de forma rápida e apresenta na forma de um painel. Com ele é possível organizar um calendário para o uso dos medicamentos.
  • Roda da Reprodução: aplicativo desenvolvido pela Embrapa. Exibe em meio digital o quadro físico para acompanhar os ciclos de reprodução do rebanho. Isso considera o controle de todas as informações relacionados aos animais, como entrada no cio, coberturas, partos e o uso de medicamentos.
  • 4 milk: aplicativo para gerenciar e controlar o rebanho. Entre os benefícios está a melhora dos indicadores zootécnicos.

Para quem se interessou em pesquisar mais informações sobre o manejo correto de medicamentos na pecuária leiteira, o SIS/Sebrae recomenda:

  • O Ministério de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), disponibiliza uma relação de produtos e estabelecimentos credenciados, autorizados, cancelados e suspensos. Na lista é possível também obter relatórios sobre a qualidade dos produtos. Antes de utilizar qualquer medicamento, faça uma consulta de registros no Mapa. Para saber também quais são os aditivos autorizados e proibidos na alimentação animal, clique aqui;
  • Problemas como carrapato, mosca de chifre, verminoses e mastite são problemas recorrentes que afetam o rebanho. Mas hoje o produtor pode optar por fazer o tratamento utilizando somente o manejo homeopático. No Caderno de Homeopatia, produzido pelos Produtores Orgânicos da Região da Vertente do Caparaó – Minas Gerais, você encontra instruções e práticas para aplicar na sua propriedade.
  • Para saber mais sobre o mercado de Leite e Derivados, acesse o portal do Sistema de Inteligência Setorial. Lá você também terá informações sobre os próximos eventos do setor.

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