Dia de Campo sobre produção técnica de silagem de milho

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Foto: Coopeavi

Foto: Coopeavi

A falta de chuva dos últimos anos tem impactado diretamente na nutrição balanceada dos bovinos, concentrado e forragem. Por isso, a Coopeavi e o Instituto Federal do Espírito Santo (IFES – campus Itapina), com apoio da Biomatrix, realizaram o 1º Dia de Campo sobre produção técnica de silagem de milho. O evento aconteceu em Itapina (Colatina) no dia 11 de junho e contou com a presença de aproximadamente 100 produtores da região.

Os produtores da bacia leiteira do Rio Doce estão sofrendo muito com a falta de chuvas relevantes desde 2014, por isso, as pastagens estão cada vez mais sem a capacidade adequada de forragem para alimentar o gado. Na dieta equilibrada de ruminantes, a forragem é essencial para o desenvolvimento esperado dos animais, por isso não basta ter um concentrado de altíssimo nível sem uma forrageira. A forragem é toda espécie de plantas ou partes de plantas, verdes ou secas para alimentar o gado, que estimula todas as cavidades estomacais do bovino.

“Não existe produção de ruminantes sem a produção de forrageira, a dieta de uma vaca é composta por forragem e concentrados (rações Coopeavi)”, afirma o zootecnista da Coopeavi Filipe Ton.

A silagem é a solução mais comum para suprir a falta de pastagem disponível nos períodos de seca, mas a produção de um material de qualidade é um desafio para os produtores. O controle para evitar perdas no final do processo começa na escolha da semente, passa pelo plantio, colheita, trituração, compactação e vedação do material. Além disso, a manutenção dos equipamentos influencia no resultado final da silagem.

Para explicar para o produtor todos estes passos, a organização do Dia de Campo dividiu o parque experimental de plantio de milho do IFES em quatro partes com tendas temáticas. Na primeira tenda, o produtor teve informações sobre a mecanização com foco no plantio e sobre a regulagem da plantadeira de milho.

Na segunda tenda, a Biomatrix apresentou três cultivares de milho, sendo dois de ciclo normal e um de ciclo super precoce. O produtor também conheceu um pouco mais sobre o ponto de colheita para não ter desperdícios. “O ideal é colher o milho quando ele está com 30 a 36% de matéria seca. Para identificar este ponto é simples: basta observar o grão, quando a parte leitosa (branca) está na metade do grão é o ponto ideal para começar a colheita”, explicou o representante da Biomatrix Guilherme Schmid. “Colhendo antes deste ponto, o produtor terá muito líquido no material e depois a qualidade também fica comprometida pois dificulta a digestão correta pelo animal”, complementa.

Na terceira tenda, o tema foi a mecanização da colheita e a importância da manutenção dos equipamentos durante o processo. “Verificar a posição das facas é essencial para garantir a máxima distância de 3 milímetros e ter o picado do tamanho ideal. Se essa distância aumentar, a máquina começa a esmagar e rasgar o material, provocando uma perda de qualidade depois na silagem”, disse o professor Raphael. Além disso, ele enfatizou sobre a lubrificação. “Terminou o serviço, com máquina ainda quente é importante fazer a lubrificação de todos os pinos graxeiros e, a cada oito horas é bom, verificar o nível da graxa dentro deles”.

Já na última tenda, o professor Nilson Nunes explicou o processo de ensilagem e relembrou o motivo de todos os cuidados anteriores com o material adequado para ter uma silagem com máxima eficiência. “Ter um material com 30 a 36% de matéria seca e picado de tamanho uniforme, é ideal para ensilá-lo e compactá-lo, sem perder os nutrientes necessários para uma boa silagem”, disse. Além disso, os produtores receberam diversas dicas de como compactar o material e de vedação para evitar desperdícios e ter uma silagem de má qualidade no final do processo. “Uma boa compactação e vedação garantirá a ausência de oxigênio, que é o principal vilão nessa fase”, comentou Nunes. Sem o oxigênio no material, elimina-se a possibilidade de proliferação de fungos e bactérias, principais agentes provocadores de desperdícios do material final.

Por isso, nessa etapa do processo é essencial buscar soluções resistentes para garantir uma vedação total do material preparado. Durante o Dia de Campo foram apresentadas lonas mais resistentes e eficientes para auxiliar ao produtor.

Para o vice-presidente da Coopeavi Denilson Potratz, a busca de parcerias para gerar conteúdo novo e relevante para os produtores é o grande diferencial no mercado da cooperativa. “O nosso foco é contribuir com como os cooperados e clientes da melhor maneira possível, produzimos e comercializamos rações, mas também levamos conhecimento para auxiliar os produtores no momento que mais precisam, queremos construir parcerias relevantes para toda a região”, conclui.

Domicio Faustino Souza

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