Cepea alerta para queda expressiva no confinamento, afetando preços da carne bovina

0

bois - confinadosO aumento de 16% no preço do milho ao longo do mês de julho tem desanimado confinadores e pode levar à redução do confinamento com alta no valor da carne bovina, avaliaram pesquisadores do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea) da Esalq/USP em nota na quinta-feira (28).

A colheita da segunda safra de milho, que começou em junho, chegou a reduzir os preços do cereal em mais de 20% em muitas regiões brasileiras. Diante desse cenário, os pesquisadores do Cepea esperavam a ampliação do confinamento nos meses seguintes.

Mas a inesperada subida do milho em julho, enquanto o preço da arroba do boi gordo se mantém estável, poderá reduzir a oferta de bois confinados.

“Agentes consultados pelo Cepea relatam, agora, que pode haver redução expressiva no número de animais confinados, queda que pode influenciar as cotações da arroba de boi gordo e, consequentemente, as da carne”, avaliou o Cepea.

A alta no preço do milho também está afetando o setor de aves e suínos, com frigoríficos programando paralisações e associações alertando para a inviabilização de alguns negócios diante da alta dos custos de produção e baixo consumo doméstico.

Enquanto os preços do milho e da soja, principais insumos para a alimentação de suínos, são os maiores desde 2009 e 2011, respectivamente, os valores médios reais do suíno vivo e das carcaças comum e especial em julho são os menores para o período desde 2013 em praticamente todos os estados pesquisados pelo Cepea.

“Suinocultores vêm amargando prejuízos, sem expectativa de melhora no curto prazo”, escreveram os pesquisadores.

O preço médio do suíno posto em frigorífico negociado em junho, até o dia 27, ficou 13,6% abaixo da média de junho, a R$ 3,48 por quilo. Já os preços das carcaças especial e comum suínas no atacado da Grande São Paulo caem 11,9% e 12,5%, respectivamente, no acumulado do mês, a R$ 5,5/kg e R$ 5,2/kg.

CarneTec

Compartilhar:

Deixar um Comentário