Especialistas discutem contaminação da água por pesticidas

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A Embrapa Meio Ambiente – Jaguariúna, SP, visando promover o debate sobre a ocorrência de pesticidas nos recursos hídricos e propor medidas capazes de mitigação aos riscos inerentes ao uso destas substâncias, realizou em 4 de outubro, em parceria com a Unicamp (Faculdade de Tecnologia-Limeira), Escola de Engenharia de São Carlos – EESC/USP e Itaipu Binacional, o I Seminário de Pesticidas em Recursos Hídricos.

O atual modelo de produção agrícola é baseado principalmente no uso de insumos para assegurar altas produtividades. Dentre esses insumos, encontra-se os pesticidas, importante ferramenta no manejo fitossanitário, atuando no controle de pragas que podem reduzir o potencial produtivo das culturas em até 70%.

Estas substâncias preocupam, sobretudo devido aos potenciais impactos que podem causar quando utilizados inadvertidamente, onde se inclui a contaminação dos recursos hídricos.

O pesquisador Robson Barizon da Embrapa Meio Ambiente e um dos organizadores do evento, explicou que desde 2014, o Brasil se tornou o maior consumidor de pesticidas do mundo, gerando com isso, questionamentos da sociedade e da comunidade científica que atua na área ambiental. “O seminário buscou fomentar a discussão sobre a ocorrência e possíveis impactos da utilização deste insumo sobre os recursos hídricos. O evento de pesticidas em cursos d´água tem sido reportada por diversos países, com efeitos adversos, principalmente para organismos aquáticos,” ressaltou ele.

No seminário os palestrantes buscaram apresentar diferentes aspectos relacionados com o processo de contaminação de recursos hídricos por pesticidas. A primeira apresentação tratou das possíveis rotas de transporte dos agroquímicos até atingir corpos d´água.

Na segunda parte, foram discutidos os aspectos toxicológicos relacionados à ocorrência de pesticidas sobre a saúde humana e biota aquática. Na sequência, foi apresentado um estudo de caso do programa de monitoramento da Itaipu Binacional e finalmente, encerrando o ciclo de palestras, foram apresentados dados da ocorrência dos pesticidas no Brasil, levando em consideração as particularidades da agricultura brasileira.

Ao final do seminário, concluiu-se que o Brasil não apresenta um quadro crítico em relação à ocorrência de pesticidas nas águas, porém, também salienta-se que as informações atualmente disponíveis estão dispersas, fato que não permite uma adequada avaliação do cenário brasileiro.

Conforme Barizon, há premente necessidade de se promover a organização das informações existentes, que não estão prontamente acessíveis. O pesquisador da Embrapa explicou que também é necessário a promoção de esforços adicionais para a geração de novas informações que possam balizar políticas públicas e tomadas de decisão pelos órgãos competentes.

“Nesse sentido, o evento conseguiu aglutinar a expertise de vários especialistas que promoveram uma ampla discussão sobre o tema, visando estabelecer um correto diagnóstico do cenário atual, além de propor medidas que garantam a sustentabilidade da agricultura, combinada com a preservação e conservação dos corpos d´água,” destacou o pesquisador.

Embrapa

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