Crise hídrica histórica acelera adoção de novos comportamentos

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Na agricultura, técnicas de irrigação como o gotejamento propiciam a economia de água

O Dia Mundial do Meio Ambiente é comemorado no próximo sábado (5 de junho), mas o sinal é de alerta. Afinal, o Brasil encara sua maior crise hidrológica em 91 anos.

Dados do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) e de outros órgãos ligados ao Ministério de Minas e Energia (MME) mostram que o período de setembro de 2020 a abril de 2021 registrou o menor volume histórico de água nos reservatórios das hidrelétricas das regiões Sudeste e Centro-Oeste, que representam 70% da capacidade de armazenamento do país.

De acordo com o Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico (CMSE), em abril, o volume desses reservatórios alcançou o menor nível verificado para o mês desde 2015. E o problema não é apenas no Brasil.

Relatório de 2009 da Organização das Nações Unidas para a Educação aponta que, em 2025, cerca de 3 bilhões de pessoas, mais da metade da população mundial, sofrerão com a escassez de água.

Você sabia?

  • Segundo a Unesco, de 1900 a 2025, o total anual de consumo de água no mundo terá aumentado quase dez vezes.
  • Segundo a Unicef (Fundo das Nações Unidas para a Infância), menos da metade da população mundial tem acesso à água potável.
  • 1,2 bilhão de pessoas (35% da população mundial) não tem acesso à água tratada.
  • 1,8 bilhão de pessoas (43% da população mundial) não conta com serviços adequados de saneamento básico.
  • Estudo realizado pela WWF Brasil revela que de toda a água existente no mundo, 97,5% está nos mares e oceanos e apenas 2,5% está em geleiras, rios, lagos e águas subterrâneas, chamadas de “água doce”. Dessa quantidade, menos de 1% está disponível para consumo.

Uso racional

A falta de água é um somatório de fatores: primeiramente, é a questão da distribuição; em segundo lugar, a concentração de propriedades próximas às nascentes; e por último, o uso de forma inadequada. Somam-se a isso o desmatamento, a poluição dos rios e o crescimento populacional.

Daí a urgência de adoção de medidas mais vigorosas, a começar de dentro de nossas casas. Racionalizar o uso da água não significa ficar sem ela.   

Economia de recursos

Segundo o engenheiro agrônomo Elídio Torezani, que é diretor da Hydra Irrigações, ao se pensar no consumo, é preciso tentar mudar a consciência das pessoas. Na agricultura, técnicas de irrigação como o gotejamento propiciam a economia de água por meio da aplicação do recurso diretamente no sistema radicular das plantas, evitando o desperdício e otimizando a produção e a oferta de nutrientes na quantidade certa e no momento exato.

No dia a dia, práticas como evitar deixar o chuveiro ligado na hora do banho e a torneira aberta constantemente, na hora de lavar a louça, fazem uma enorme diferença.

“Devemos visar ao uso racional da água no cotidiano através de iniciativas que tenham como objetivo reduzir o seu consumo e estimular a adoção de novas atitudes e comportamentos”, explica. O especialista ainda pontua que a população deve pensar e agir visando ao crescimento econômico e respeitando a capacidade dos recursos do meio ambiente, sobretudo a água.

Veja algumas dicas de como economizar água:

  • Use vassoura e balde para lavar áreas como garagem, corredores, dentre outras. Não utilize mangueiras;
  • Não dê descarga à toa e não utilize o sanitário como lixeira. Em apenas seis segundos de válvula acionada vão embora cerca de 12 litros de água;
  • Não use água corrente para descongelar alimentos;
  • Fique muito atento a possíveis vazamentos. Eles podem passar despercebidos e são grandes causas do desperdício.
  • Os banhos consomem 35% da água de uso doméstico. Por isso, evite banhos demorados e se ensaboe com o chuveiro fechado.
  • Ao lavar roupas e louças: feche a torneira ao ensaboar e volte a abri-la na hora de enxaguar.
  • Deixe a torneira fechada enquanto escova os dentes e lava as mãos. Só volte a abrir na hora de enxaguar a boca e as mãos.

Informações de assessoria

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