Exportação de suco vai atingir 1 mi de toneladas em 2017/18

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suco de laranjaA exportação de suco laranja na safra 2017/18 deve atingir 1 milhão de toneladas, superando o ciclo atual. Para a temporada 2016/17, que deve ser encerrada este mês, a previsão pe de embarques entre 880 mil toneladas a 900 mil toneladas.

“Temos uma safra elevada no ciclo 2017/18, o que deve equilibrar um pouco o volume disponível de suco para a exportação”, acredita a professora da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq) e pesquisadora do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), Margarete Boteon.

As exportações na safra 2016/17 foram prejudicadas pela queda na produção de laranjas, que registrou o menor volume dos últimos 20 anos, 245 milhões de caixas, segundo o Fundo de Defesa da Citricultura (Fundecitros).

“Foi uma safra pequena e não foi possível ter a quantidade de suco para atender”, afirma o diretor executivo da Associação Nacional dos Exportadores de Sucos Cítricos (Citrus-BR), Ibiapaba Neto.

A produção da fruta na safra 2017/18 está estimada em 364 milhões de caixas, volume 14% maior que a média dos últimos dez anos e um incremento de 49% em relação à safra 2016/2017. “Essa safra vem em boa hora, porque tem potencial de recompor estoques sem gerar excedentes, o que é o principal”, ressalta. A produção estimada para a safra 2016/17 é de 648 mil toneladas de suco.

A recomposição de estoques deve ocorrer em um momento em que o patamar previsto para a virada do ciclo, no próximo mês, é de 70 mil toneladas. Além disso, a produção na Flórida, nos Estados Unidos, registrou queda significativa nos últimos anos em razão do greening. A projeção de estoque para a cultura deve chegar a um patamar de 200 mil toneladas no fim da próxima safra, em 30 de junho de 2018, projeta o executivo. “Esse é um estoque apertado, mas administrável, que não gera problemas”, diz.

Margarete estima que o produtor que vender a laranja no mercado spot deve receber entre R$ 16 e R$ 18 pela caixa de 40,8 quilos na safra 2017/18.

“A maior parte foi vendida antecipadamente, no segundo semestre do ano passado, o que deixa pouco a ser negociado a esses preços”, avalia a pesquisadora. Segundo ela, mais de metade da safra já foi negociada com as indústrias a valores entre R$ 20 e R$ 26 por caixa. A indústria ainda não anunciou o preço que será pagos pelos novos contratos.

Nos dois casos, os valores são maiores que os pagos no ano passado, em torno de R$ 14 por caixa. “Com a perspectiva que a safra nem vai ser tão grande quanto a primeira estimativa, vejo um cenário de preços bom para os próximos dois anos”, diz ela. “Cabe ao produtor saber se esse preço, bom para o mercado, também é bom para ele em função do alto risco da cultura.”

Indenizações

O assessor técnico da Associação Brasileira de Citricultores (Associtrus), Walkmar Brasil de Souza Pinto, comentou ainda que os produtores pretendem buscar na Justiça uma indenização das indústrias pela formação de cartel. Hoje, 80% da produção de laranja é entregue às indústrias, sendo a Cutrale, Citrosuco e Louis Dreyfus os principais players. O restante fica no mercado interno.

Durante sua participação na 43ª Expocitrus, realizada no Centro de Citricultura Sylvio Moreira, em Cordeirópolis (SP), ele também reivindicou uma medida governamental para impedir que as indústrias sejam também produtoras de suco, como ocorre atualmente.

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