CNA levanta custos de produção do mamão e do leite na Bahia

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Projeto Campo Futuro faz levantamento dos custos de produção de diversas atividades

A Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) realizou, durante esta semana, painéis online do Projeto Campo Futuro para levantar os custos de produção do mamão e do leite, no estado da Bahia.

Os encontros virtuais são resultados das medidas de segurança adotadas pela CNA para evitar o contágio por coronavírus e continuar o levantamento das informações sobre a realidade produtiva das atividades pesquisadas.

Mamão – O painel de mamão ocorreu na quinta (29), com produtores do município de Itabela, e contou com a parceria da Universidade Federal de Lavras (UFLA) e o apoio da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado da Bahia (Faeb) e do Sindicato Rural de Itabela.

Dados preliminares revelaram alteração do modal representativo da região, que passou de 20 para 30 hectares de área produtiva em relação ao painel realizado em 2014. A produção é irrigada e semimecanizada, sendo que a maioria das operações é realizada por máquinas. A variedade cultivada na região continua a Havaí, mas teve um incremento de produtividade de 10 toneladas por hectare, passando de 70 para 80 ton/ha.

De acordo com o técnico do CIM/UFLA, Matheus Mangia, os resultados prévios indicaram que 54% dos desembolsos são destinados para a compra de insumos. Os dados informados pelos produtores também refletem uma preocupação do setor, que vem sofrendo com preços ruins durante o ano. O preço médio recebido pelo produtor foi de R$ 0,42 centavo por quilo de mamão comercializado.

“Durante a pandemia as restrições de mobilidade e no comércio afetaram as vendas do produto. A exportação de mamão foi severamente prejudicada devido à redução de voos, pois a fruta é exportada principalmente por modal aéreo. Como consequência disso, teve excesso de oferta do produto no mercado interno, o que impactou diretamente o preço”, disse o assessor técnico da CNA, Erivelton Cunha.

Segundo Cunha, mesmo que a flexibilização da quarentena e a retomada gradual das atividades favoreçam a comercialização do mamão, a procura pela fruta ainda está enfraquecida diante da economia nacional fragilizada.

Leite – Ainda na quarta (28), os técnicos do Campo Futuro se reuniram virtualmente com produtores de leite do município de Itamaraju. O painel foi realizado em parceria com o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea) e teve o apoio da Faeb e do Sindicato dos Produtores Rurais de Itamaraju.

Segundo os dados analisados, a propriedade modal da região é composta por animais mestiços, com predominação de raças zebuínas. A produção diária é de 100 litros, sendo 22 vacas em produção, com uma produtividade de 4,5 litros por vaca ao dia.

O assessor técnico da CNA, Gabriel Oliveira, disse que não há fornecimento de ração para os animais, apenas de sal mineral. A alimentação é composta por pastagem para o período das águas e suplementada na seca com capineira.

A renda da atividade leiteira na propriedade é composta por 57% da venda do leite e 43% da venda de animais, indicando um sistema misto, onde as matrizes com maior aptidão leiteira são ordenhadas, mas as crias são destinadas ao corte.

Oliveira informou que o COE da propriedade representa 78% da receita do produtor de Itamaraju, mas devido à baixa produtividade dos animais, os custos fixos não são diluídos, impedindo o produtor de ter margem líquida positiva.

“Existe a necessidade de aumentar os investimentos na atividade. Com a Assistência Técnica e Gerencial promovida pelo Senar, é possível que os produtores da região melhorem os índices técnicos em produção e reprodução, que hoje são os principais gargalos da propriedade para alcançar índices econômicos satisfatórios”, destacou o assessor técnico da CNA.

CNA

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