Nobel da Paz vai para jornalistas; Alysson Paolinelli representou o Brasil

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Defensor da Ciência, ele foi fundamental na modernização da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) e na criação das Universidades Agrárias

O ex ministro brasileiro da Agricultura e engenheiro agrônomo, Alysson Paolinelli, concorreu ao Prêmio Nobel na Paz nessa manhã de 8 de outubro com outras 329 candidaturas. O prêmio não veio, já que foi entregue para os jornalistas Maria Ressa e Dmitry Muratov pelos “esforços para salvaguardar a liberdade de expressão”, mas o seu trabalho pela construção de um modelo de agricultura tropical único no mundo ganhou reconhecimento internacional.

Apenas uma vez na história o Nobel da Paz foi para alguém ligado à produção de alimentos e acabou nas mãos do norte-americano Norman Borlaug, em 1970, por ter criado a Revolução Verde. 1970 que foi um ano chave para o ex ministro brasileiro, já que foi nessa época, como Secretário da Agricultura de Minas Gerais, que iniciou sua marcha para o modelo tropical sustentável.

Paolinelli nasceu em 10 de julho de 1936 na cidade de Bambuí, Minas Gerais, tendo sua formação na Universidade Federal de Lavras no ano de 1959. A partir daí, começava uma história dedicada a produção de alimentos e modernização da agricultura. O primeiro passo foi a reabilitação dos solos inférteis do cerrado, que hoje representa cerca de 50% da soja e do milho produzidos no país, mais de 90% do algodão e 25% do café.

Defensor da Ciência, ele foi fundamental na modernização da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) e na criação das Universidades Agrárias para que, com pesquisa e inovação, o Brasil pudesse despontar hoje como um dos maiores produtores de alimentos do mundo. Já nos anos 1980, o Brasil passou de um país importador para ser exportador de alimentos, contando hoje com saldo positivo de US$ 75 milhões.

A obra de Paolinelli, como ele mesmo diz, não se resume apenas para o Brasil, mas seus projetos podem ser usados em outros países tropicais, como modelo. “A ciência e a pesquisa precisam ser ampliadas para outros biomas tropicais, reproduzindo conquistas”, afirma.

Agrolink

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